quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Alice - 28/12/2010 - 10h45 - Santos/SP

















Para a Alice, o meu novo "tudo", todo o amor do mundo;

Pra a Pri e para a Brida, sem as quais meu tudo, não é nem meio - é nada -,

todo o amor que alguém possa receber.



Alice, minha estrelinha: ao nascer somos pura possibilidade. São nossas escolhas que forjam nossa alma. Rogo a Deus, hoje, que Lhe dê a inspiração para as boas escolhas, para os bons sonhos... e que em sua vida você sempre possa escolher o caminho da harmonia, do amor, da verdade e da justiça.



Feliz 2011 para todos nós!!!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A Costeira tombou!!!

Boas!

Em um país sem memória, certas iniciativas merecem destaque:

"O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural aprovou no dia 10 de dezembro de 2010 a proposta de tombamento de parte do Patrimônio Naval Brasileiro elaborada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan.

A partir da decisão, tornaram-se protegidos o acervo do Museu Nacional do Mar, na cidade de São Francisco do Sul (SC), a Canoa de Tolda Luzitânia, da Sociedade Sócio-Ambiental do Baixo São Francisco (SE), a Canoa Costeira de nome Dinamar, da Baía de São Marcos (MA), o Saveiro de Vela de Içar de nome Sombra da Luz, do Recôncavo Baiano (BA), e a Canoa de Pranchão do Rio Grande, de nome Tradição (RS)".

No Maranhão restam apenas 21 Costeiras, grande parte com suas características fundamentais alteradas. o tombamento da Dinamar irá assegurar a preservação dessa embarcação que é ao mesmo tempo rudimentar e excepcional...

Oxalá sejam tomadas as medidas necessárias para a preservação desse patrimônio cultural, o que já é um desafio em si, na medida em que no modelo brasileiro o ônus do tombamento (cujo aproveitamento é difuso, por natureza), sempre acaba nas costas do particular.

Quando eu estive no Maranhão, "encontrei" muitas Costeiras (como a Missionária, da foto abaixo), mas não vi a Dinamar. Ou seja: a trupe vai ter que voltar lá! Mas, antes, vamos conhecer a Tradição, já que o Rio Grande do Sul e suas tradições (sem trocadilho) faz muito sucesso lá em casa.


quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Ressaca na Praia do Góes
















A Praia do Góes, em Guarujá, é um tradicional ponto de parada de embarcações na baia de Santos, além de ser porto de alguns barcos de pesca. Abriga uma comunidade de cerca de 450 pessoas. No local existem alguns barzinhos que servem pratos típicos caiçaras, com serviço de leva e traz.

Quase sempre bastante abrigado, desde ontem os moradores sofrem com a ressaca. As ondas que chegam a quatro metros interromperam o principal acesso: a travessia de catraias para o bairro da ponta da praia, em Santos. A única opção é a trilha para a praia da Pouca Farinha (Santa Cruz dos Navegantes), mas a chuva forte e ininterrupta também dificulta o acesso por essa via. Hoje, 15/12/2010, foi feita apenas uma travessia, às 06h00, seguida de nova interrupção.

Ondas de quatro metros na baia de Santos é algo extremamente atípico e inesperado, ainda mais na entrada do canal.

A marinha emitiu aviso de mar grosso e ressaca para a área charlie, válido até a meia noite do dia 17/12.

Especula-se que a forte ressaca possa ter relação com as obras de dragagem do canal do porto. A Codesp nega e ainda não existem estudos científicos que comprovem essa tese.

Seja por esse motivo ou não, o fato é que o clima anda mesmo muito louco!


E vamos no pano mesmo!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Atualização do plano vélico de veleiros das décadas de 60/70

Boas!

Essa discussão nasceu em paralelo a outro assunto, no fórum da revista náutica.

A seguir algumas observações feitas pelo Arnaldo Andrade, da Velaria Cognac (21 - 2635-9313) sobre questão minha acerca da possibilidade de eventual modernização/atualização do plano vélico do Rio 20:

"Sim, a modernização dos planos vélicos da década de 60-70 é quase sempre possível e no Rio 20 isso não é exceção.

Muito resumidamente:


- Os brandais recuam, as cruzetas crescem e ficam anguladas e os fusis vão para a borda.
Os brandais também descem ligeiramente para deixar um topezinho livre para o spi assimétrico. Isso deve permitir o aproveitamento dos brandais principais e, possivelmente, os de força também. - O estai de proa desce ligeiramente no tope do mastro

- O estai de popa desaparece e o máximo que se pode imaginar é algo tipo um cabo de spectra para engatar no fusil de popa quando você estiver muito rizado (linha horizontal pontilhada em vermelho a meia altura) ou quando só estiver velejando de buja, na porranca.


-A genoa some e é substituída por uma buja Solent (mas não auto-cambante pois essa seria muito pequena).


- A mestra passa a ser aluada, possivelmente "square top". - O barco ganha um gurupés e um spi assimétrico. Uma super genoa bem leve (drifter) com testa volante também pode ser pensado para os "mordidos" pelo desempenho".




















(c) Arnaldo Paes de Andrade

Deu coceira?! Então liga para o Arnaldo!

Bons ventos!

domingo, 5 de dezembro de 2010

Resultados Regata da Marinha - Santos - 2010

Esse ano, apesar de até estarmos inscritos, não estivemos na tradicional regata em homenagem à Marinha do Brasil.

A festa foi bastante bonita e é legal ver os barcos deixarem os clubes e marinas e se fazerem ao mar. Ano que vem estaremos lá!

Segundo o portal A Tribuna Digital, na oceano os vencedores foram: Meu Cantinho (RGS A); Pitanga (RGS B), Chrispin (RGS C) e Ro (Bico de Proa).

O fita azul foi o H3+.
















(c) Vanessa Rodrigues

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Rio Jaguareguava

Boas!

No último final de semana, finalmente, encontrei a janela de tempo que esperava para ir ao Montão de Trigo. Ventos de E, SE, entre 5 e 10 nós, mar bem baixo - 0,6m. Mas não fui.
Como falta um mês para a Alice nascer e, a partir desse ponto, já não acho legal a Pri ficar "zanzando" por ai, resolvi levar as meninas para um passeio que elas aproveitassem. O Montão pode esperar mais uma semana ou duas.

O destino foi um lugar que conheci nos meus tempos de canoagem oceânica (em que eu não tinha nem barriga!): o Rio Jaguareguava, em Bertioga.


















O plano era sair com o Cusco, entrar no Rio Itapanhau, deixá-lo em uma poita próximo à ponte da Rio-Santos e, de lá, seguir para o Rio Jaguareguava de bote. Mas ao chegar no Chinen eu tive outra ideia: alugar uma voadeira (R$ 40,00 o dia todo) e ir nela até o rio. Coloquei nosso motor na tal voadeira (que com apenas 4hp não voou muito, rs) e lá fomos nós. A barra do rio fica a 5 milhas do Chinen e em meia hora estávamos lá. Deu até para as meninas sentirem saudades do Cusco, porque o barulho do motor "a toda" e não poder se mexer durante o trajeto faz uma grande diferença!

O Jaguareguava se destaca dos outros rios da região, como o próprio Itapanhau, porque a partir de um certo momento as àguas se tornam transparentes. Mas transparentes mesmo, a ponto de se enchergar o fundo - de areia, pedrinhas e blocos de tabatinga (do tupi tabá tyngá, ou apenas, barro branco) a mais de um metro de profundidade.

Na verdade, embarcações a motor não são o melhor modo de conhecer esse rio. Canoas e caiaques, sim. Isso porque os motores revolvem o fundo e turvam a água, o que tira a maior beleza do lugar. Por isso, logo que passamos pela base de canoagem da d. Hilda (o lugar tem certo apoio, por isso levei a Pri lá, "just in case" - inclusive, aluga canoas e caiaques!), desliguei o motor e toquei a voadeira no remo. Quando ficou muito raso, empurrei-a "no muque mesmo"!

Mas... e sempre tem um mas, não é?! Depois de umas duas horas no rio ouvimos uns barulhos inconfundíveis... Então passou o primeiro jet, bem rápido, seguido por mais cinco outros, vindo rápido também. Não demorou muito e veio outro jet, esse bem devagarinho. Porém o estrago já estava feito: apenas o primeiro jet pôde apreciar o espetáculo do rio. Os demais viram somente uma água turva, com espuma densa de areia em suspensão... Legal, não é?!

Esperamos a "poeira baixar", mas passou muito tempo e água continuava turva. Acabou-se o passeio (e a bateria da máquina fotográfica!).

Para cada local existe um tipo adequado de embarcação e de navegante. Bom senso, nessas horas, faz muita falta.

Porém a natureza é sábia: mais a frente encontramos "nossos amigos" com problemas nos motores por causa das folhas que entraram no sistema de arrefecimento (pelo menos isso foi o que eles disseram). Apenas um dos jets estava funcionando.

Deu uma dó...

Em tempo, Jaguareguava, em tupi, significa "lugar onde a onça bebe agua"!

E vamos no pano mesmo!






























































































segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Uma confissão!

Boas!


Pois é, eu nunca contei isso aqui, mas antes que haja confusão é melhor eu esclarecer: o Cusco Baldoso é meu segundo Rio 20. Eu já tive um outro, antes, mas que nunca navegou e espera, até agora, por uma reforma que nunca veio. O nome de batismo era Equinoster, mas eu o rebatizei para Craca-à-Toa...

Com seu bom humor de sempre a história, com "h" mesmo, foi alvo de dois "posts" no Maracatublog, do não menos simpático (e mais famoso que o Lula) casal Hélio e Mara.


O primeiro post pode ser visto AQUI e, o segundo, AQUI!










O Equinoster, antes, em fotografia de Hélio Viana e...
















... o Craca-à-toa, depois: trabalho para doido!

Em breve farei uma visita ao local onde repousa o Craca e postarei fotos aqui no blog. Se alguém se habilitar a tocar essa encraca, digo, encrenca... é só avisar! O grosso do trabalho já foi feito mesmo e não sobrou nenhuma craca...

De volta ao mundo real (rs) e enquanto isso, vamos planejando nossa ida ao Montão de Trigo. Está tudo pronto ("Estar preparado é tudo", já dizia Hamlet e o Previdi). Falta apenas uma "janela de tempo". Quero ir no motor, de manhã bem cedo (= sem vento), em um rumo "reto"; ficar algumas horas fundeado no 'portinho', retornar velejando, com vento folgado (E ou SE), e chegar no canal de bertioga no finalzinho da tarde.

















(c) Herbert Kowalesky - trawlertekinfin.wordpress.com



As meninas dessa vez não vão (por razões óbvias) e voluntários são bem vindos - rrjandrade@yahoo.com.br!


Bons ventos!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Motim!

Um motim a bordo é algo que nenhum comandante quer ver. Um dos mais famosos talvez seja o que aconteceu no navio inglês Bounty, no final do século XVIII.

Em 1787 o Capitão William Bligh partiu da Inglaterra para uma viagem de dois anos ao Tahiti. O objetivo da viagem era buscar mudas de fruta-pão, que seriam plantadas no Caribe, barateando o custo desse que era o alimento base dos escravos.

Liderados pelo oficial Fletcher Christian, os marinheiros – já com as mudas de fruta-pão a bordo – se amotinaram, sem uma razão de fato muito convincente. Na verdade, nenhum deles queria deixar aquele paraíso de belas mulheres desnudas... E quem pode culpá-los, não é verdade?!

O Capitão Bligh e dezoito marinheiros foram jogados ao mar, num pequeno barco, a sua própria sorte. Mesmo com pouca água e comida e de estarem em um escaler de apenas sete metros (que quase naufragou), o Capitão e seus homens navegaram 3600 milhas em 48 dias e sobreviveram. Com o auxílio de moradores de uma possessão holandesa chegaram à Inglaterra. No mar não houve uma única morte.

Os homens de Christian foram levados para a ilha Pitcairn, onde se casaram e tiveram filhos. Há indícios de que Christian tentou transformar os taitianos em escravos e acabou assassinado. Christian deixou filhos em Pitcairn. Dos amotinados que foram viver na ilha sobrou um marinheiro, John Adams, que imortalizou a história. Os marinheiros que ficaram no Tahiti foram capturados e julgados na Inglaterra. Alguns deixaram filhos no Tahiti.

Mais tarde, Bligh retornou ao Tahiti e levou mudas de fruta-pão...

Mas nem todo motim é sinal de problemas!

Recentemente foi relançado o periódico eletrônico O Motim, a cargo do Professor Dimas Eduardo Ruiz. O Motim era uma publicação de antigamente, mas que por força dos bons ventos retornou e, oxalá, não ficará mais em silêncio.

Ruiz comanda, também, o Projeto Anubis e suas boas iniciativas compensam, em muito, a pequenez que assola nossas águas. É bom saber que "o que não foi impresso, continua sendo escrito a mão".

O periódico pode ser acessado AQUI. Nesse mesmo site é possível se cadastrar e receber cada nova edição, via e-mail!

Bons ventos, Dimas!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

À espera de Alice...

Pois é...

Dia desses eu estava na Ilha da Cotia (Paraty), com a trupe... e nem imaginava (apesar de desejar) que naquela foto da estrela do mar, dentro da barriguinha da Pri, já havia outra "estrelinha "...

Assim que pus os pés em terra depois daquela tragicômica travessia entre Paraty/Guarujá, no dia 02/05/2010, soube que em dezembro teria minha neném nos braços.

De lá para cá a barriguinha foi crescendo, virou um barrigão, e logo logo minha nova tripulante estará ai, prontinha para iniciar essa travessia que chamamos de vida. Que bons ventos a tragam, minha filha.

E em minha mente posso ouvir uma voz esganiçada e estridente perguntando, indignada: E eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeu???


















Duas estrelinhas... - Ilha da Cotia/Paraty, abril de 2010















Comendo bergamota no sol... programa de gaúcho, tchê!
Bertioga/SP, agosto de 2010















A Alice está chegando! - novembro de 2010
















Churrasco no Indaia - 07/11/2010 e video da volta!


sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Estaiamento do Rio 20 - especificações

Boas!

Pesando em trocar o estaiamento do seu Rio 20?!

Use cabos de aço com as seguintes especificações: 1 x 19 - 4,00 mm.

50 metros são suficientes e sobra um pouquinho.

Nessa medida (4,00 mm) ainda é possível usar nicporess (de cobre, para evitar eletrólise), terminais norsemann (mais caros, mas que você pode fazer sem a ajuda de ninguém) ou terminais prensados.


Olho vivo nos pinos e cupilhas. Eles dão mais trabalho do que os cabos em si. TROQUE TODOS E TODAS!


Sobre o tema, ainda, leia esse artigo no popa.com e assista a esse vídeo , sensacional, que ensina como instalar terminais norsemann!


Bons ventos!

Roteiro - prático - para a regulagem do estaiamento do Rio 20

Boas!

No meio desse ano troquei algumas mensagens com um colega (advogado e velejador), de Campinas/SP , proprietário de um Rio20, em Paraty. Em uma dessas mensagens ele me fez uma pergunta: "Como regular o estaiamento do Rio20". Eu, uma besta completa, respondi: velejando! Nos meus barcos anteriores com estaiamento (dois HC14, um Dinghy Andorinha e um Daysailer) eu sempre regulei o estaiamento, justamente, velejando... Testando o que dava certo, o que dava errado... levava um tempão, é verdade. Mas no final o barco ficava reguladinho e, nessa hora, eu o vendia! rs.

Pois é, a resposta ao colega de Campinas, depois, me soou grosseira. E pouco precisa.

Então só me restou ir atrás, não é?!

Muita leitura na web, muita conversa daqui, dali e um livrinho muito bacana e que eu recomendo me ajudaram a elaborar um roteiro de regulagem. Antes de colocá-lo aqui no blog eu testei os resultados e foi tudo aprovado!

Outra observação é que esse roteiro se aplica, praticamente, a qualquer veleiro. Só coloquei especificamente para o Rio 20 porque foi nele que eu o empreguei e verifiquei os resultados.

Vamos lá, por etapas:


1. Nomenclatura: antes de começar, vamos dar nomes aos bois. O cabo de aço que fica na proa do barco e vai para o mastro vamos chamar de ESTAI DE VANTE; o que vai da ponta do mastro para a popa, ESTAI DE POPA.

Os dois cabos de aço maiores, que vão do tope do mastro até o convés, e cujo esticador é fixado na argola do meio, são os BRANDAIS SUPERIORES. Os menores, em número de quatro (dois de cada lado) que vão do meio do mastro até o convés e cujos esticadores são fixados na primeira e na terceira argolas (no convés), chamaremos de BRANDAIS INFERIORES.

Pronto. Se você já sabia, bacana. Se não, aprendeu mais uma - e que serve para qualquer mastro estaiado!

2. O roteiro de regulagem a seguir é apenas o básico, para CRUZEIRO. O ajuste fino deve ser feito depois (assunto para outro post).


3. Com o mastro em cima, na enora (local onde o mastro é encaixado no convés, que no Rio20 tem o formato do perfil do mastro, em fibra), deixe todos os estais e brandais presos ao convés, mas soltos. O mastro ficará bambo, mas não irá cair (a menos que você saia para velejar assim...).

4. O primeiro ajuste que deve ser feito é o rake, ou seja, o caimento do mastro. Em minha opinião é o ajuste mais importante, pois influi diretamente na condução da embarcação. Mastro muito a frente, além do rake ideal, faz com que o barco tenha a tendência de arribar exagerada; muito atrás, o barco fica muito ardente, ou seja, tem uma exagerada tendência a orça.

O ideal não é nem um, nem outro. O caminho do meio, como já nos ensinava Sidharta! Em meus barcos eu sempre preferi uma leve ardência, ou seja, um ajuste que propiciasse uma leve, mas leve mesmo, tendência a orça. Isso porque no contravento, em uma rajada mais forte, a tendência do barco será aproar no caso de eu, por alguma razão, soltar o leme nessa hora. Com isso, logo ele vai ficar de cara para o vento e parar. Se a tendência fosse de arribar, ele empoparia e seguiria como um cavalo chucro, sem controle, sabe-se lá para onde!

No Rio 20 esse ajuste é conseguido ajustando a inclinação do mastro para 3 graus para trás.

A pergunta que vem à cabeça deve ser meio óbvia: como eu vou saber quantos graus de inclinação o mastro tem em direção à popa?!

Eu também não sabia...

É assim: na ponta da adriça da vela mestra, amarre algum peso. Eu usei uma chave inglesa. Cace a adriça da mestra, com o peso pendurado, apenas o suficiente para que o peso fique suspenso. É importante que o peso não seja içado acima da retranca (já explico o motivo).

Coloque um balde (com água) em cima do teto da cabine, junto ao mastro, e coloque o peso dentro. Isso deve fazer com que a oscilação pare e, num dado momento, seja imperceptível (na medida do possível, se você estiver na água).

Após o cabo da adriça estar estabilizado, meça a distância entre o mastro e a adriça da mestra, na altura da retranca. No caso específico do Rio 20 a distância encontrada deverá ser , nesse momento e nessa configuração, de no mínimo 6,5 cm e, no máximo, 7,5 cm. Não mais do que isso.

5. Ajustado o rake, é hora de cuidar do caimento lateral.


O mastro tem que ficar reto!

Faça um primeiro ajuste no "olhometro", dando poucas voltas nos esticadores - use apenas as mãos.

Quando achar que o mastro está reto, pegue a adriça da mestra (ela de novo, mas sem o peso), e leve a ponta até um ponto fixo no convés. Eu usei a primeira alça de fixação dos brandais inferiores. Trave o cabo da adriça e, sem que ele suba ou desça (isso é importante), leve até o ponto correspondente no bordo oposto. Se o barco estiver reto, realmente, a ponta da mestra vai atingir esse ponto da mesma forma que atingiu o anterior. Se sobrar ou se faltar, o mastro ainda não está reto. Faça as devidas compensações, nos esticadores, até obter o resultado esperado.


Não mexa nos brandais inferiores agora. Eles deverão estar todos soltos!

6. Mastro reto e com o rake certo, é hora de regular o estai de popa. Como a maioria dos Rio 20 tem ele fixo, vou ensinar como fazer uma regulagem infalível nesse sistema.

O estai de popa deverá estar solto, mas com o esticador preso.

A regulagem padrão desse estai é até 30% da tensão máxima de ruptura.

Bom, e como eu sei que atingi esse limite? Se você tiver um tensímetro, é fácil. Mas, se não tiver também é.

Prenda ao longo do estaiamento uma vareta de madeira leve, com exatos dois metros de comprimento. A primeira ponta dessa vareta deverá estar posicionada no exato ponto final do terminal do cabo. Prenda a parte superior com fita adesiva.


Comece a esticar o cabo. Conforme ele vai ganhando tensão, a ponta da vareta deverá se afastar do final do terminal do cabo. Quando essa distância chegar a quatro milimetros, pare! Você praticamente atingiu os 30% da tensão máxima de ruptura, que é o seu limite de segurança.

Digo praticamente porque, na verdade, esse resultado equivale a 2/3 dos 30%. Mas o uso do 1/3 restante é para regulagens mais precisas, que o velejador de cruzeiro e o iniciante pode não se interessar em usar.


7. Acabou?! Não!!!

Volte para o procedimento de medição do rake, descrito no item 04. Se vc fez tudo certinho, aquela distância máxima que era entre 6,5 e 7,5 cm deverá estar em, no máximo, 12,5 cm. Se estiver mais do que isto, ajuste tudo novamente, até que esse valor referencial seja atingido. Menos, tudo bem, desde que não menos de 6,5 cm.

8. Agora é hora de ajustar os brandais inferiores.

A regra é: use apenas as mãos para ajustar a tensão, nos esticadores. Os brandais inferiores da frente devem estar mais tensionados do que os de trás. Eu deixei os meus de vante o suficientemente justos para que não balançassem e os de popa eu deixei balançado bem pouquinho. So far, so good.


9. Chegou, então, a melhor hora: vá velejar.

Mas calma, velejando você ainda fará ajustes.

Em um vento clamo (por favor), entre no contravento (orça). Observe os brandais superiores. O de sotavento (o que está inclinado, rs) não poderá estar solto, bambo. Se estiver, vá lá e corrija. Navegar "em solitário" nessas horas não é uma boa ideia!

Cambe. Verifique o brandal superior de sotavento (que, antes, era o de barlavento). Se ele estiver bambo, vá lá e o estique até que não se curve mais. E não mais do que o necessário para isto.

Repita o processo e analise os resultados. Regule até que nas cambadas os brandais de sotavento não se dobrem, ficando pré-tensionados.

Faça agora o mesmo com os brandais inferiores, mas lembre-se que os de ré são menos tensionados que os de vante, que dizem para a proa.


Isso não é tudo sobre o assunto, mas para velejar com segurança e sem compromisso com alto desempenho (regatas), essa é a regulagem ideal.

A bibliografia que indico e que aborda muito outros assuntos além destes é o livro Regulagem de Velas: Manual Ilustrado, de autoria de Ivan Dedekam, tradução de Claudio Ermel Ferraz e editado por Andrea Jakobsson Estudio, em 2009.

Bons ventos!

Para pensar...

Pois é,

Em tempos estranhos, em que o velho Codex da inquisição é trazido de novo à baila, e justo a Narizinho vai parar nele (socorro!!!), fica uma frase que fez sucesso na web, da lavra de um grande velejador baiano!

"Hoje em dia, na vela e na vida, se eu não puder falar bem, eu fico calado. Se eu não puder ajudar, eu não atrapalho. Já vi tanta coisa boa ser ruim e tanta coisa ruim ser boa que penso muitas vezes antes de julgar alguma coisa"

Kan Chuh

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Observações sobre o Rio 20

Boas!

Já postei aqui no blog informações técnicas sobre o Rio20. Mas não coloquei minha opinião de proprietário. Então, vamos lá!

No meu caso eu buscava um veleiro de oceano pequeno, robusto, fácil de manter ($$) e capaz de ser velejado por apenas uma pessoa. Algo como um Brisa (meu antigo barco, um Daysailer), porém mais robusto, capaz de enfrentar o mar sem receio de capotar e entrar em uma fria, mormente navegando em solitário.

Pois o Rio20, com seus 300 kg de lastro e armado como um grande monotipo satisfez todos esses requisitos.

Pontos fortes:

1) Boa relação custo benefício: pode-se conseguir um Rio20 em bom estado por cerca de R$ 20.000,00 (sem motor). Além disso, a maioria das marinas cobra a estadia com base no número de pés da embarcação. Nesse caso, o Rio 20 é mais atraente que um 23 pés, sendo que possui em linhas gerais o mesmo rendimento. Se o preço do pé for R$ 20,00, por exemplo, ao invés de R$ 460,00 por mês você irá pagar R$ 400,00. Em um ano isso representa R$ 720,00. Com esse valor é possível fazer a pintura anual do fundo, que todo barco guardado em vaga molhada necessita.

2) É um projeto do Cabinho, o que significa dizer que é seguro, marinheiro e na medida do possível para sua faixa de tamanho, bem resolvido internamente (tem vários guarda trecos, o que as mulheres adoram!);

3) A mestreação ao tope faz com que ele aguente muito pano em cima e aceite uma boa variação de tamanho de velas, o que permite um ótimo aprendizado para quem, no futuro, busca um barco maior.

4) O calado é baixo (1,05m), permitindo chegar bem perto das praias;

5) O leme é leve e responde rápido aos comandos. É um "monotipão"! As escotas são leves (dificilmente vocé usará uma das duas catracas) e as adriças sobem com facilidade. O enrolador de genoa facilta um bocado as coisas e pode ser do tipo sem foil (muito mais barato). No Cusco consigo fazer tudo de dentro da segurança do cockpit.

6) O tanque de água (70 litros) é bem razoável;

7) O sistema elétrico é bem resolvido e alguns LEDS iluminam toda a cabine;

8) O leme é interno;

9) O barco enfrenta bem as ondas e a velejada é "seca" (dificilmente você irá se molhar);

10) De olho na previsão e com certo planejamento é possível fazer pequenos cruzeiros de final de semana. Vai parecer que não, mas a melhor cama é a de casal, na proa!



Pontos negativos:

1) Cabine muito baixa (mas é um 20 pés, não dá para querer milagres!).

2) Projeto antigo, de popa fechada e proa curva;

3) Cockpit muito apertado e acanhado (é um 20 pés, lembra?!). Se velejar em 04 ou mais pessoas (a lotação é de 06 para passeio e 04 para pernoite) distribua o peso colocando gente na proa, nas laterais e no cockpit. Isso para manter o barco equilibrado e não afundar muito a popa, freando o veleiro. Eu não velejo com mais do que 04 pessoas, por questão de conforto;

3) A instalação de um banheiro rouba muito espaço. Se a dona patroa encarar, o melhor sistema é o balde mesmo!

4) Na orça ele aderna bastante. Não se assuste, ele não vai capotar!

5) Depois de um tempo você vai querer um barco maior. E, como muitos já me disseram, vai sentir saudades do valente Rio20.

É isso ai!!!


















O Cusco na Ilha de Cedro - Paraty - Abril de 2010

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Diferença entre buja e genoa

Boas!

Agora há pouco acessei pela primeira vez a área de estatísticas do blog. Levei um susto. E não é que tem muita gente que lê o que escrevo aqui?! E os leitores não são apenas do Brasil, mas também de Portugal, EUA, Canadá, França e Reino Unido. Muito obrigado pela preferência!

Por conta dessas estatísticas verifiquei que a maior partes dos leitores que não vem de acesso direto encontram o blog do Cusco através do google, presquisando sobre a "diferença entre buja e genoa".

Então nada mais natural do que eu fazer um post abordando, justamente, as diferenças entre uma e outra vela.

A muito grosso modo pode-se dizer que a diferença está no tamanho. A buja, ao contrário da genoa, não tem comprimento de suficiente para passar do mastro, em direção à popa.

Sendo um pouquinho mais técnico, é preciso explicar que para as velas de proa duas medidas devem ser de conhecimento do velejador: 'J' e 'LP'.

A medida 'J' é a distância, medida horizontalmente (rente ao convés) entre o mastro e a ferragem de proa que sustentará a amura da vela de proa. A medida 'LP' é uma perpendicular que inicia no punho da escota da vela de proa e termina em sua valuma (ou o contrário).

Na figura baixo, postada pelo Arnaldo Andrade (da velaria Cognac) e que eu surrupiei do fórum da revista náutica , pode-se perceber essas medidas, claramente, na imagem da esquerda.















Ao se fazer uma vela de proa, o sailmaker leva em consideração, além de outros fatores, a relação entre 'J' e 'LP', de sorte que a segunda medida venha a ser um 'x' número de vezes equivalente à primeira.

Comvencionou-se dizer, assim, que será uma buja uma vela com 'LP' menor do que' J'.

No caso do Rio 20, por exemplo, a medida 'J' equivale a 2,25 m. Eu tenho uma vela com LP 2,00 e, portanto, menor do que 'J'. Essa vela é uma buja.

As genoas, nesse raciocínio, são grandes bujas, que têm a medida 'LP' maior do que a medida 'J'.

Uma genoa 150% (genoa I), por exemplo, terá LP 1,5 vezes o tamanho de J; uma genoa II poderá ter LP na razão de 120% de J e a genoa III, LP 100% de J ou LP = J. Esses valores não são absolutos e cada barco deverá serguir seu projeto. A medida que a relação entre LP e J diminui, a altura da testa da vela de proa também pode ser paulatinamente reduzida, principalmente em veleiros armados ao tope (como o Rio 20) - vide figura da direita.

Cada uma dessas velas serve para uma determinada condição de vento e de mar. A vela de proa é o motor do barco e, para que a velejada seja perfeita, deve estar em equilíbrio com o combustível (o vento), a estrada (o mar) e, também, com a vela mestra. Em linhas gerais, a medida que o vento aumenta as velas de proa têm sua área diminuída, sendo que a vela mestra também é paulatinamente reduzida, através da técnica do "rizo".

Mas esse é um outro assunto!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Velejando com Deus

Boas!

Ontem à noite tive, uma vez mais, uma medida de minha ignorância e, para minha surpresa, de um infeliz preconceito que carregava. Há tempos acompanho - de longe - o projeto Velejando com Deus, do casal Marcio e Daniela Nuncianori. Inclusive, já vi o veleiro deles na baia da Ilha Grande e, dia desses, entrando aqui na barra de Santos, embora não os conheça pessoalmente.
Por conta de um convite divulgado no fórum da revista náutica, decidi ir ver o curta metragem sobre o projeto que integra o festival Curta Santos, Na Força dos Ventos (Dir. Alyson Montrezol, 2010). O Cine Roxy, afinal, fica a apenas poucas quadras de minha casa. Mas, confesso, achava que a temática seria do tipo evangelizadora e carregada de um viés ideológico e religioso que, admito, não tenho muita paciência para enfrentar.
Ledo engano. O filme e o projeto em si não têm nada disso. O primeiro é uma ode à vida no mar. Bem idealizado, bem produzido. Suas personagens não são pessoas aventureiras, não são audazes nem destemidas. São gente como eu e você, com a diferença que tiveram a coragem de realizar o que um dia, antes, foi apenas sonho. Pessoas que não romantizam a vida a bordo. Vão além e a amam, com a rudeza e com as belezas que somente as pessoas que realmente "são do mar" sabem enxergar, enfrentar e transformar em momentos de plenitude. E provam que essa conversa de não se chamar cabo, de corda, é uma bela idiotice de velejadores de Iate Clube.
O segundo, o projeto, é pura poesia. Caridade, devoção e amor ao próximo (sinônimos?), sem pieguices, chatices e tudo o mais que eu imaginava fosse encontrar. Uma bela forma de fazer da vida a bordo, mais do que um simples cruzeiro de verão, mas algo realmente importante. Pequenos gestos, um sorriso, uma palavra de carinho e incentivo. Não são estas as coisas mais importantes da vida? A certeza de que a resposta para esta pergunta é afirmativa vem acompanhada da incômoda constatação de que nem é preciso viver em um veleiro para, também, fazer a diferença na vida dos mais necessitados. Não somos, cada um de nós, um veleiro?
Ao final do filme o Marcio conta que os outros barcos, ao avistarem o Bora Bora, dizem que seus tripulantes estão bem, pois estão velejando com Deus.
Eu concordo.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Gennaker, para encerrar o assunto!

Acho que estou ficando meio bitolado nesse assunto, rs. Mas odeio quando procuro informações na internet e não as encontro, ou se as encontro, mas são escassas. Com o assunto gennaker foi assim, por isso tudo o que eu assimilei estou postando, para ajudar quem estiver na mesma trilha que eu e aprender com quem sabe mais.

Separei algumas fotos da regata Aratu x Maragogipe 2010 para ilustrar melhor as diferenças entre uma gennaker e um spinnaker e demonstrar as regulagens para cada mareação. Os créditos das fotografias vão para o álbum de Roberto de Almeida, no PicasaWeb.
















Nessa foto, por exemplo, vemos uma gennaker (azul e branaca ) e dois balões (spinnakers), um vermelho e outro verde e branco. Notem que a gennaker tem sua amura mais rente à proa do que o balão, que fica preso ao pau de spinnaker. No tope da gannaker vemos, recolhido, o abafador (ou camisinha).















Na fotografia acima vemos uma gennaker regulada para o vento em popa (mais ou menos 150° de vento aparente). Notem que a adriça está mais solta, projetando a vela para a frente do barco.














Por fim, essa bela gennaker, em leve orça.

Bons ventos e desse assunto não trato mais por aqui, pelo menos até aprender algo novo ou interessante sobre o assunto!

domingo, 29 de agosto de 2010

Ainda sobre gennakers...

Ainda falando sobre gennakers, no último final de semana (28 e 29 de agosto) tive a oportunidade de verificar a utilização de duas dessas velas, em veleiros e situações distintas. A primeira foi no dia 28/08, no veleiro Meltemi (Farr 32), do comandante Alan Trimboli e do qual sou tripulante em regatas. O percurso entre a Ponta Grossa e a Ilha dos Arvoredos permitiu o uso dessa vela Assim que montamos a Ilha da Moela (por fora). O vento vinha de SE, começando em 10 nós e depois indo para 07, depois 05 e, por fim, na merreca total.

O Meltemi possui gurupés, o que melhora a armação da vela. Além disso, utiliza um abafador, que permite que a vela seja içada fechada e desfraldada quando as escotas e o barco já estão na posição ideal.

Na foto abaixo é possível visulizar o cabo que vai do cockpit ao gurupés (verde, rente ao convés) e as escotas de controle, uma vermelha e outra verde.

Na foto seguinte o cabo que controla a amura foi liberado e a vela armou mais para fora do barco.

As escotas de controle devem ter cumprimento equivalente a duas vezes o tamanho do barco. Isto para que nos jibes a vela, empopada, possa panejar para a frente livremente e, então, ser caçada para o outro lado. A escota de controle da amura deve ser grande o suficiente para que a vela se afaste uns três metros do ponto de fixação. Em qualquer hipótese duarante a velejada a vela mestra deve ser regulada de forma a não fazer sombra para a gennaker.

































A segunda oportunidade foi no dia seguinte, quando saimos com o Cusco com destino ao Indaiá. A "traumatizada" da vez foi a pré-bióloga Thais, que de tanto medo de velejar acabou com os cabelos azuis!



















Nossa vela subiu direitinho. Aliás, deu tudo tão certo que eu até estranhei! Para içar a vela, como não temos abafador, adotamos a seguinte tática: escondemos a gennaker atrás da buja e da vela grande, colocando o barco na alheta. Após subirmos a gennaker, que ficou betendo meio boba, por falta de vento, baixamos a genoa e colocamos o barco no través. Pronto! Lá estava a "vela de gaúcho", como a Priscila a apelidou. Nosso ponto de fixação é a ponta do púlpito de proa, onde está instalado um moitão. O cabo da amura passa por ele, encontra outro moitão junto às ferragens de proa e vai para o cabeço de amarração. A ideia é, no futuro, levar esse cabo até um mordedor no cockpit. Na última foto é possível perceber que cometemos um erro, pois o cabo preto que serve de escota de controle deveria passar por fora do guarda macebo. Como não passou, ficou pressionando o cabo de aço do guarda mancebo e influenciou a forma como a vela abriu.


























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Nossa velocidade em termos percentuais sofreu aumento de 100%! Mas, em termos práticos isso não significou muito, pois sob ventos de 4 ou 5 nós, subimos de 1,5 nó de velocidade para 3,0 nós. Cerca de meia hora após ter subido a vela, o vento merrecou de vez e ligamos o motor.
Antes, porém, colocamos o barco novamente na alheta, abrimos a buja e, com a sombra dessas duas velas recolhemos a gennaker direito para o paiol que reservamos para ela, através da gaiuta.
É isso ai!
Bons ventos!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

TIrando o sutiã

Boas!

Após ter optado por uma buja ao invés da antiga genoa 150%, percebi que nos ventos folgados (e fracos) o Cusco estaria com pouco pano. Optei, então, por uma gennaker, que chegou na sexta-feira, 20 de agosto, feita pelo Paulo Patti, da velaria 2meios (11 - 2854-1447 ).


















Em homenagem ao povo gaúcho, (que enquanto a Alice não nasce, é maioria aqui em casa), escolhi as cores da bandeira do Rio Grande do Sul, tchê! (interessante foi que ninguém - leia-se, a Almiranta- reclamou de eu comprar mais alguma coisa para o barco, rs).


Na foto, a besta aqui é vista ao longe, "tirando o sutiã"!!! É incrível a força que um simples ventinho produz nessa vela...
















A gennaker difere do balão (spinnaker) por ter um de seus lados ser diferente do outro, não havendo a simetria típica dos simétricos. A grande vantagem, na minha opinião, é que dispensa o uso de pau de spinnker, já que a amura da testa vai presa um pouco à vante do estai de proa ou em um gurupés. Isso facilita um bocado as coisas quando não se tem tripulação ou quando a mesma tem pouca experiência.

Com pequenas diferenças, pode-se dizer que a vela sobe como uma genoa. A desvantagem em relação aos spinnakers é que, no geral, a gennaker não é tão eficiente no popa, não sendo recomendada sua utilização no popa raso. Arma-se a vela entre 70° e 140° de vento aparente. Ou seja: nada de popa arrasada, mas em contrapartida permite uma leve orça (como eu não gosto de vento em popa, isso não me afeta).

Já em relação à genoa é diferente porque nos ventos mais folgados a amura da testa trabalha mais alta. Por isso, o cabo que a controla deve permitir regulagem de altura. Além disso, ela trabalha melhor quando passa mais por fora do barco. Quando meu sistema estiver em prática postarei algumas imagens.

domingo, 1 de agosto de 2010

Receita de Bagre Ensopado










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Boas!
Sábado, 31/07/2010 não ventou. Fomos para o Cusco e aproveitamos para pescar. Deve ter sido sorte de principiante, pois a Brida pescou 01 Carapau e 02 bagres (sendo que esses últimos vieram na mesma linha!) e eu, uma besta completa, lancei a isca 05 vezes e em 04 peguei alguma coisa! No final, soltamos os menores e escolhemos 04 bagres para fazer ensopado. A receita é bem fácil de fazer e segue ao final. Porém, receita boa mesmo eu gostaria de ter para a dor que é a ferroada de um bagre! O último mandou ver em minha mão e há tempos eu não sentia algo tão doloroso! Primeiro você se desespera e pensa que vai morrer. Depois, percebe que não vai (morrer) e ai, se desespera... Mas a carne do peixe é boa (para quem gosta de cação, está quase lá).












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Receita:
Ingredientes: 500 gramas de bagre, cortados em postas; 03 tomates; 03 batatas médias; 01 pimentão amarelo; 01 pimentão vermelho; 01 pimenta americana; 01 cebola; 01 dente de alho; 01 ramo de cheiro verde e cebolinha (importante, porque se você comprar coentro vai ter que voltar ao supermercado...); 100 ml de azeite de oliva extravirgem; 01 taça de vinho branco e sal a gosto.

Modo de preparo: Limpe os bagres com solução de vinagre e limão, para tirar a secreção que reveste a pele (e que é nojenta!). Em uma travessa, tempere o peixe ( já limpo e cortado em postas) com sal a gosto, com o alho picado e com a taça de vinho branco. Reserve por 15 minutos. Depois, em uma panela grande, coloque no fundo as postas, seguidas pelos demais ingredientes, em camadas e cortados em rodelas (acom exceção das postas, ordem dos demais ingredientes não importa, pois depois vai ser tudo misturado, no prato e na barriga!). Acrescente o azeite (sem economia) e espere cozinhar (leva uns 20 minutos). Depois é só mandar ver, com bastante arroz !
E vamos no pano mesmo!!!










Cusquinho, nosso valente bote de serviço!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Imaginem se fosse com o Cusco?!

Baleia surge de repente e destrói iate na África do Sul

Era para ser apenas um passeio em dia ensolarado. Mas Ralph Mothes, de 59 anos, e Paloma Werner, de 50, tiveram sorte de escapar com vida. O casal estava navegando tranquilamente pela costa da Cidade do Cabo (África do Sul) quando, de repente, uma baleia saltou da água e atingiu em cheio o iate de dez metros. Como o motor foi poupado, Ralph e Paloma conseguiram atracar. Aí se refizeram do grande susto (in http://oglobo.globo.com/blogs/moreira/)


E pensar que a Priscila vive sonhando em em encontrar uma dessas...

sábado, 10 de julho de 2010

Chinen/Indaia/Chinen















O Chico no leme do Cusco Baldoso


Para marcar o retorno do Cusco aos mares o barquinho ganhou um painel solar Kyocera de 20W, um motor de popa Mariner 4HP 2 Tempos e, como quem tem dois, tem um, outro motor reserva Tohatsu 2.5 hp, que acabou virando meu motor principal.















Apesar de pequeno, ele toca o barco na velocidade máxima teórica do casco (5,00 nós), é bem leve (12 kg) e custou bem baratinho. Em geral apenas uso o motor para entrar e sair do canal, isso quando não tem vento, situação em que "vamos no pano mesmo!".

O Mariner será usado em travessias, que tão cedo não deverão ocorrer por causa do tripulante que vem vindo.














O Honda 7,5 passei nos cobres. Bom motor, mas muito pesado. Além de baixar demais a popa, era muito difícil de manusear.

Na velejada de ontem, 09 de julho de 2010, tivemos a presença do meu velho amigo Chico, companheiro das remadas da madrugada, até hoje relembradas com nostalgia...

Para não ser diferente, meu amigo fez uma homenagem ao estado gravídico da Priscila, lançando a seguinte pérola de sabedoria: "Mulher grávida reclama de barriga cheia!".

domingo, 13 de junho de 2010

Velas ao vento!



Depois de mais de um mês docados, a pintura do convés do Cusco finalmente foi encerrada. Aproveitei, então, para levar a Pri e o nosso neném (na barriga!) para dar uma votinha (bem inha) no canal de bertioga e testar o enrolador de genoa (nautos - cod. 96134) recém instalado.



Serviços executados entre 03 de maio e 12 de junho de 2010: pintura do mastro e retranca; pintura do convés (três demãos, no compressor, branco); lixamento e novo verniz para as madeiras do convés e tampas dos paióis; pinutra do interior dos paióis e instalação do enrolador de genoa.


Em julho e agosto iremos refazer toda a parte elétrica, instalar o carregador solar para as baterias (banco de 100A) e trocar a genoa.
Essa saida foi interessante, pois como eu já vinha observando, a navegação no canal requer atenção com o encalhe e perícia na hora de atracar, por conta da maré que chega a 6 nós!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Embarcações típicas do litoral brasileiro - Vol I - Maranhão

Em outubro de 2006 eu fugi de casa... e depois de escapar por um triz de embarcar no vôo 1907 da Gol (aquele que caiu após o choque com o Legacy) acabei indo para o Maranhão. As fotos a seguir são parte de uma coleção, maior, que tem como o tema central embarcações à vela típicas do costa brasileira. O termo "típicas" não se confude, nesse contexto, com embarcações tradicionais ou antigas. Por isso que este post traz além das costeiras, alguns catamarãs e até mesmo trimarãs de concepção mais moderna, todos porém típicos do litoral do Maranhão. As fotografias foram feitas em São Luís (ponta da areia), no Rio Preguiças (entre Barreirinhas e Atins) e em Alcântara. Nessa viagem conheci duas pessoas que merecem destaque: o Sérgio Marques, do estaleiro Bate Vento e o Mestre Sérgio, artesão responsável por construir réplicas de embarcações tradicionais (ai sim) maranhenses, na Rua da Estrela. O "novo" e o "velho" da arte que é navegar naquelas águas...