Desde o tempo da canoagem oceânica eu sonhava em ter um veleiro. Desde aquele tempo o "meu" veleiro dos sonhos era um Classe Brasil. No CING um deles, o Flegon, ficou a me provocar no início dos anos dois mil. Eu nem imaginava quem era Sparkman, muito menos Stephens. Mal sabia eu a rica história que estava por trás daquelas belas linhas de madeira.
Em 2011, quando cheguei em Paraty para assumir o Cusco Baldoso (Atoll 23), lá estava mais um Classe Brasil a me provocar. Porém eu achava que era algo tão fora do meu alcance, que nem inveja do Cesar Pastor dava para ter. Em pouco tempo nossas famílias acabaram ficando amigas e lá fui eu passear no "Velho Mala".
Claro que muita gente torceu o nariz para minha escolha. O argumento é sempre o mesmo: "barco de madeira...". De fato, um barco de madeira tem um grande "defeito", praticamente intransponível por muitos donos de barcos de fibra: eles não aceitam o abandono. Não dá, mesmo, para ficar seis meses sem ir ao barco ou deixar o fundo todo infestado de cracas e gusanos. Barcos de madeira sempre precisam de um dono. São menos lenientes com proprietários relaxados.
Mas para quem cuidar de um barco é um prazer tão grande quanto usá-lo, só tenho a dizer que ser de madeira para mim é apenas uma grande vantagem: é mais fresquinho no calor, mais quentinho no inverno. Além disso, barcos de madeira têm alma.
Hoje pela manhã recebi um e-mail do Ricardo Amatucci, grande jornalista, velejador e editor do jornal (impresso e virtual) Almanáutica. No último mês Amatucci se debruçou sobre a história da mítica classe Brasil. O trabalho não foi fácil, mas valeu a pena. Após muitas pesquisas e entrevistas, Ricardo conseguiu montar um complexo quebra cabeças de informações truncadas e contraditórias. O resultado foi o resgate, definitivo, da história desses valentes pioneiros.
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E vamos no pano mesmo!
Juca
ResponderEliminarOntem eu estava andando pela Livraria da Vila em SP e me lembrei deste seu post.
Tinha uma revista que trata especificamente de barcos de madeira:
http://www.woodenboat.com/
Pena que o preço estava bem salgado, quase R$50.
Pelo que vi, uma assinatura fica em torno de US$45 ano ano para 6 edições, bem mais em conta...
Abs
Parreira
Parreira, a Wooden é a bíblia dos barcos em madeira. Alguns são o estado da arte! Eu tenho algumas, mas no geral viajo pelo site mesmo, que é "mais em conta"! Bons ventos!
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