Boas!
A série de posts sobre o Atoll 23 termina com chave de ouro! Com inegável orgulho o blog publica, a seguir, uma entrevista que fiz com o próprio Roberto Mesquita Barros, o Cabinho no dia 25/05/2012. Gentil, solícito e sempre bem humorado, ele conversou rapidamente comigo sobre o querido Atollzinho:
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Blog Cusco Baldoso: Como surgiu a ideia de fazer o Atoll?
Roberto Mesquita Barros - Cabinho: O Atoll 22, depois transformado em Atoll 23 foi desenhado para permitir que as pessoas pudessem ter um barco oceânico a baixo custo.
Blog : O Atoll 22 foi o predecessor do Atoll 23 ou foram projetos distintos, tendo o primeiro sido abandonado pelo estaleiro?
Cabinho: O Atoll 23 é o Atoll 22 com um pouco mais de lançamento. Essa mudança foi feita mais em função de marketing. Os barcos, no mais, são idênticos.
Blog : O Rio 20 e o Atoll 23, em termos de projeto, foram concebidos em um mesmo momento?
Cabinho: O Rio 20 antecedeu o Atoll e foi desenhado depois do Tahity 16.
Blog : O estaleiro Multiglass era seu ou o Sr. foi convidado a projetar para eles?
Cabinho:O estaleiro que fundei chamava-se Atoll Iates. Quando vendi o estaleiro os novos donos trocaram o nome para Multiglass. Isso aconteceu em 1974.
Blog : O Atoll 23 é um barco incrivelmente marinheiro para seu tamanho. O fato de longas travessias, como a do Atoll 22 Aquarela (Christina Amaral) e do Atoll 23 Sdruvs (Luciano Zinn) terem sido feitas com êxito lhe causou espanto?
Cabinho: A viagem da Christina foi muito legal. Eu também velejei muito em mar aberto com o Atoll e sei que ele é bem marinheiro. Não sei que viagem fez o Sdruvs. Não soube da viagem ao uruguai.
Blog: Mesmo após trinta anos de seu lançamento o Atoll continua um barco muito ativo, com unidades em excelente estado e uso constante. Como o Sr. se sente sabendo disso?
Cabinho: É bom saber que as classes Atoll 23 e Rio 20 ainda tem adeptos. Às vezes eu até me espanto de encontrar um barco desses em bom estado. Esses bracos não têm trinta anos. Eles já são quarentões! Os Atoll 23 do meu tempo [até 1974] eram mais robustos do que os fabricados depois de a fábrica mudar de direção. Outro dia vi um vídeo no Youtube sobre o Atoll 23 que achei muito legal.
Blog: O escritório (B & G Yachtdesign) tem alguma intenção de desenvolver outro projeto de 23 pés ou os que estão no estoque são definitivos?
Cabinho: Recentemente lançamos um novo veleiro de cruzeiro oceânico que está fazendo bastante sucesso: o Pop 25. Em poucos meses desde seu lançamento já temos construtores em nove paises diferentes, quatro deles com blogs na internet.
Blog: Sempre que pode a Revista Náutica alerta que apesar de ser um um barco bom de mar, o mastro do Atoll 23 não é firme porque fica apoiado em uma antepara. Eu não enxergo lá muito bem, mas não vejo meu mastro balançando (risos). O Sr. poderia fazer um breve comentário sobre isso?
Cabinho: Os primeiros Atoll tinham a ponte sob o pé do mastro com madeira dura internamente. Quando a fábrica mudou de dono passaram a usar massa no lugar, o que não ficou tão forte. Nesses barcos que apresentarem deformação no vão sob o pé do mastro é aconselhável fazer um arco sob a porta , mesmo perdendo um pouco de pé direito.