terça-feira, 25 de novembro de 2014

Apenas um susto...

Boas!

No barco a gente costuma dormir cedo e acordar cedo. Isso é o extremo oposto do que fazemos em casa. A falta de televisão e o cansaço do dia (quem nunca ouviu dizer que praia cansa?) ajudam nesse processo, que acaba se tornando natural.

Foi nesse clima que eu e as meninas fomos dormir na quinta-feira, 20, no Malagô. Como de costume deixei a helmanns´s light (um pote de maionese helamnn´s com um led dentro) aceso do lado de fora. A Priscila e a Alice dormiram na cabine de proa. Eu normalmente durmo com elas, mas nessa noite preferi a cabine de popa. No salão dormiram a Brida e a Sabrina, a alma abençoada que nos ajuda a cuidar das meninas, em especial da Pimentinha.

Meia noite e vinte. Já em sono profundo (sonhando), ouço uma pancada forte no casco. O barco jogou para o lado e adernou. Barulho de madeira quebrando e de mtor diesel em funcionamento. Sai do beliche alucinado, sem entender o que havia acontecido. "Estamos nas pedras?" - pensei. Ao sair vi um pesqueiro encostado em nosso contrabordo, todo iluminado e um pescador amparando o Malagô com as mãos.

- Nããããããooooooooo! - gritei, sem saber bem porquê.
- Desculpa ai, Mano! -Eu não vi - respondeu o pescador visivelmente embriagado.
- Não viu? Mas eu estou com luz na popa!!!
- Quebrou alguma coisa?

Olhei para o costado, minha maior preocupação e não vi nenhum rombo. Se o impacto tivesse sido ali o barco poderia fazer água. E mesmo se não fizesse, o reparo seria complicado. Jà na popa, um pedaço estava faltando, mas nada muito grave. Foi ai que vi que o braço da rede do pesqueiro estava indo na direção do estai de popa. Com a ajuda da Priscila e com alguma dificuldade o empurrei e safei. Sorte estarmos a bordo, ironicamente, pois se não safássemos o estai de popa o mastro poderia ter sido danificado.

- O barco está com probelmas, eu tentei dar ré mas não engrenou - tentou justificar. Eu estou sozinho, o barco é do meu amigo, mas ele não pode sair comigo. Mas eu pago... Agora eu não estou bem, mas vou ancorar ali e amanhã de manhã venho aqui para a gente conversar.

Nisso a Sabrina acordou, aparentemente sem saber o que havia aconetcido e perguntou: 

- A Alice está dormindo?
 A Brida respondeu que sim e ela devolveu um simpático:
- Ah, então está bom...

Sentei do lado de fora com a Priscila tentando entender o que havia acontecido. Como o cara não havia nos visto? Será que não estava tentando nos roubar? Acidente ou malandragem?  Na dúvida eu coloquei o saco de dormir do lado de fora  e fiquei por lá, em vigília, até amanhecer.

Lá pelas oito da manhã o pescador ligou o motor, suspendeu o ferro e veio falar comigo - dessa vez sem bater:

- Eu vou pagar - disse, já sóbrio.
- Você tem um robalo ai?
- Não peguei peixe nenhum.
- Nem camarão?
- Nada!
- Lá no pier a gente conversa...

Levei os pedaços de madeira para o Miguel, carpinteiro naval, consertar. Duzentos reais.

Por sorte foi só um susto. Conversei aqui e e ali e descobri quem era o cara. Não era bandido, mas apenas um pobre coitado. Foi só um (desnecessário) susto.

No mais nosso feriado foi um agradavel mais do mesmo: nadar ali, consertar acolá, ficar na praia com as meninas, receber a visita do regateiro Ricardo Sark e dar uma navegada em torno da Ilha Anchieta. Até quis ir na praia do Sul, pois o Walnei diz que lá tem muita mulher... mas de mulher meu barco já estava cheio!!!

E vamos no pano mesmo!

Galeria:

Porto Perequê, o pesqueiro que quis me %¨&*(...

Estrago no velhinho.

Nosso cantinho na praia da Ribeira.

Soneca.

A Brida e a Sabrina, com o Malagô ao fundo.



Cesar, Ricardo, Otto e Hermes...

... a valente tripulação...

... do Papo de Popa, um Ranger 22.


2 comentários:

  1. Juca, o regateiro Ricardo Stark tá à base de dorflex.....dói tudo!! Até o R.G.!! kkkkk

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