sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Zé Puxa Saco...

Boas!

Depois do que me aprontaram em outubro eu jurei que jamais teria marinheiro de novo. Mas a gente vive para pagar a língua e cá estou eu com meu novo ajudante: O Zé Puxa Saco!

Zé Puxa Saco, meu novo marinheiro em seu posto logo abaixo da geladeira.

Acho que nossa relação será longa, pois até agora só vi virtudes no moço. Dorme no emprego; trabalha em troca de sacos de lixo; não fala muito (aliás, posso dizer que ele nem sequer fala); não bebe; não fuma; não palpita e curte Bach.

Hoje trabalhamos muito no Malagô: fizemos o piso da sala brilhar novamente; trocamos um automático da bomba de porão; trocamos o lugar da bomba de pressão/água doce; pintamos o quarto de jogos e instalamos uma luminária; acertamos o novo tanque de diesel; pintamos a popa e trocamos a rede em volta do guarda mancebo. Ufa! Tudo isso embaixo de um sol de 42º graus... 

No cronograma de atividades janeiro será, de agora em diante, o mês do verniz!

Uma epopéia que segue firme e forte é a dos novos fuzis. Depois de uma manhã inteira conseguimos fazer três furos na contrachapa interna que é presa nas cavernas (aço inox 316 com 1.2mm!). Faltam apenas mais cinco réguas e as chapas de acabamento. Ai, ai, ai...

E vamos de banho de mangueira a cada meia hora mesmo!


A ideia é conseguir me pentear olhando para o piso.
A nova rede agora é branca e e tem tramas mais largas.

O "quarto de jogos" (onde joga-se as coisas - qualquer coisa). Agora ele é branco e tem luz própria. Ali embaixo fica o novo tanque de diesel de 50 litros (no total o Malagô agora pode receber 200 litros de diesel).

Verniz na Popa...

O primeiro dos novos seis fuzis...


quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

A primeira velejada no meu primeiro barco...

Boas!

Pois é, o Fraldinha foi meu primeiro barco e eu me fiz ao mar a bordo de seu trampolim depois de apenas uma aulinha de vela!

Tudo errado. Tudo completamente errado!

Primeiro porque eu comprei um HC 14 - barquinho completamente diferente do Magnum 422. o HC 14 é muito mais veloz, muito arisco, não perdoa erros e como eu descobriria mais tarde, é complicado de orçar. Não é um barco ruim - aliás, muito pelo contrário! - mas não é um barco simples para que um iniciante com meio par de horas de vela, se faça sozinho ao mar...

Segundo porque eu nem sabia montar o barco! Não fosse a ajuda de alguns velejadores do CIR e eu estaria lá, até hoje, tentando entender o esquema dos moitões da escota da vela mestra.

Terceiro porque eu não tinha a menor noção do comportamento do barco e no dia de minha estreia ventava muito além de minha capacidade técnica.

O vento vinha de Leste, com cerca de dez nós - o mar estava cheio de carneirinhos. O barquinho entrou numa empopada louca e eu fingi que sabia o que estava fazendo, mantendo um rumo mais ou menos reto em direção a Ilha Porchat. Logo a diferença de velocidade se fez evidente. Caramba, no que eu havia me metido! Como aquele barco andava rápido!

A baía de Santos, que não é muito grande, logo foi acabando. Na proa apenas a Ilha Porchat ou o paredão da Ponta do Itaiupu (Xixová/Japuí).Eu imaginava (porque dizer que sabia seria exagero, já que saber mesmo eu não sabia era nada!) que dar um 'jibe' seria complicado. Era o que estava no Velejando dos 8 os 80, minha leitura mais profunda até então.Logo, teria que dar um bordo.

A vela estava armada para boreste, cheia e bem aberta. Respirei fundo e trouxe a extensão da cana de leme com toda a força para bombordo. Rapidamente a proa começou a procurar a linha do vento e então o barco foi indo para bombordo, foi indo, indo e... parou! A vela panejava para um lado e para o outro com alguma violência e nada do barco completar a monobra. Pior, ele não retornava para a mareação anterior (uma das características dos multicascos). Fiquei ali, sendo jogado para o paredão, pensando no que fazer.

"As marolas impedem ele de orçar" - filosofei, diante de marolas de vento de no máximo vinte e cinco centímetros de altura... Olhei para o remo; olhei para a entrada da barra. Seria uma remada e tanto, ainda mais contra o vento. Saudades do meu caiaquinho!

A necessidade é a mãe da invenção, não é? E se eu der uma caçadinha bem grande nesse cabinho aqui (nota: esse tal cabinho era o traveller, que estava todo aberto e eu nem imaginava o que era um traveller e muito menos que em multicascos ele tem uma função muito mais séria do que em monocascos). Uau! Foi apenas fazer isso e o barco ganhou vida. Entrou em um través muito louco e depois, na orça. Eu estava voltando para casa. Já era tempo: eu não havia levado água e a sede, debaixo daquele sol alucinante, me consumia. Foi ai que eu descobri que o que se leva quinze minutos para fazer em vento folgado, faz-se na orça - na volta - em muuuuuuito mais tempo. 

Fiquei pendurado nos estais (ou seja, errei o tempo do  bordo e fiquei aproado ao vento)  algumas outras vezes, mas depois de uma surrinha e outra (e de descobrir que se desse marcha a ré - vela mestra contra o vento e leme ao contrário - o bicho entrava de novo no vento) retornei para a marina sozinho: sem reboque, seco e vivo.

Minha relação com o Fraldinha foi de amor e ódio. Passei um ano velejando simplesmente todo sábado e domingo, não importava o tempo. Bumbum no trampolim! Peguei mar liso e mar grosso; céu azul e o breu total; ventania e calmaria. Tive quebras sensacionais (duas vezes fiquei sem mastro, uma sem leme e um dos cascos chegou a ficar completamente cheio de água - o estado de conservação dele era crítico, lembram?). Ele me ensinou a velejar e a laminar. Com ele aprendi o que era um rebite e uma rebitadeira e o que acontece quando não se sabe usar direito uma rebitadeira. Aprendi a pintar e o que acontece quando se pinta sem preparar bem, antes, a superfície...

O Fraldinha foi meu professor de vela. Um professor autodidata e sem método, para uma anta de aluno também autodidata. A coisa foi na base dos socos e ponta pés! Eu o odiava na maioria das vezes. Mas era apenas ele me levar para uma velejada sem maiores perrengues que esse ódio virava amor. Hoje sei que com veleiros a coisa é invariavelmente assim.

Um ano depois eu anunciei o Fraldinha por R$ 1.500,00. Vendi em uma semana, em um sábado de dezembro, para um rapaz de Praia Grande. Meu amigo foi embora e eu fiquei aliviado. "O HC 14 é um barco que não presta", dizia para mim mesmo, tentando afastar a realidade mais óbvia: quem era medíocre era eu, não o barco!

 Uma semana depois encontrei um Laser abandonado em uma marina. Comprei por R$ 450,00. Era o Catatau. Depois dele vieram tantos barcos que eu nem sei bem ao exato contar. Alguns eu comprei e sequer usei, como os Hobie 3.9 Filhote e o Number One. Com outros eu tive uma relação bastante próxima, como o Catatau, o Branca (um Dingue), o Cherokee (meu segundo Hc 14 e que foi até hoje o barco mais divertido que eu já tive!) e o Brisa, o Daysailer que deu origem a esse blog, lá em maio de 2009. 

Meu começo foi tumultuado e eu poderia ter economizado muitos sustos se tivesse apenas aguentado uns gritinhos do meu professor. Mas gritos, no meu barco, não têm lugar. Foi assim quando eu era aluno, é assim hoje. 

A vela, como muitos outros campos do conhecimento, se ressente da inexistência de professores que tenham um método concreto para  a transmissão do saber. Na vela em particular isso é um pouco pior pois é um saber empírico. Não basta caçar um cabo ali, guinar para ali: é preciso ensinar a sentir o mundo a volta - o vento, o mar, os animais, as plantas, as rochas... é como ensinar a beijar na boca: não pode ser à força!

E vamos no pano mesmo!



segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

E foi assim que a coisa começou...

Boas!

Dia desses eu dei uma olhada no nosso mural de fotos e outras coisas aleatórias mas passíveis de serem penduradas e encontrei uma fotografia do Fraldinha, tirada justamente no primeiro dia em que eu e ele saímos para o mar. O Fraldinha foi meu primeiro veleiro!

Era o final de 2002. Eu estava no quinto ano da faculdade e consegui um estágio remunerado no escritório em que hoje sou sócio (fiz carreira!). Eram apenas R$ 500,00 por mês, mas para quem vinha há tempos sem receber nada e descontada a inflação, posso dizer que era dinheiro que não acabava mais (ainda mais sendo solteiro e morando com a mamãe). Além disso, já era hora de eu começar a pensar no que ia ser quando crescer: velejador, é claro!

Em setembro eu me matriculei no curso de vela da Escola de Vela de São Vicente, com o Silvio Bello. Eu sempre passava por ali e achava a ideia sensacional: uma escola de vela na praia, ao ar livre, com o mar logo ali ao alcance das mãos. Seriam três aulas, em três sábados seguidos. Paguei R$ 450,00, ganhei uma camiseta e um dia a bordo de um Magnum 422, cujo nome eu simplesmente não me recordo mais... Bordos para lá, bordos para cá... e alguns gritos. Aliás, muitos gritos. Quanta delicadeza!!! 

Meu gênio não é dos mais fáceis e se você não quiser me ver nunca mais em sua vida, grite comigo.

A questão agora era: o que fazer? Eu não voltaria lá para ser tratado daquele jeito. Porém o bichinho da vela já tinha me picado e eu queria mais, muito mais. A resposta era simples e mais ou menos óbvia: vou comprar um barco!

O problema era a verba. Comecei a economizar tudo o que podia (até cortei o táxi que levava uma namorada  que eu tinha para casa, de madrugada - e que mais tarde eu descobri que ia a pé e ficava com o dinheiro) e consegui juntar... R$ 500,00. Pois é.

É claro que eu não desistiria tão fácil assim. Comecei a procurar um Magnum 422, um Holder, um Laser... qualquer coisa! Mas nessa época tudo girava em torno do triplo do que eu tinha. Então o que eu pude fazer foi apenas procurar, procurar e procurar. Enquanto procurava, remava todos os dias (de caiaque) e namorava o Flegon, um Classe Brasil  40 que estava em reforma no Rio Icanhema. Nossa! Como eu achava lindas as linhas daquele barco. Perdi as contas de quantas vezes sonhei ser seu dono... Calma que essa é outra história!

Eu estava a procura do meu barco (um monotipo) e como quem procura, acha - no final de novembro encontrei finalmente um HobieCat 14 no Clube Internacional de Regatas, em Santos. O dono era um cara legal que tinha um veleiro de oceano e topou dividir o pagamento em duas vezes de R$ 500,00 - meio a contragosto mas, topou (ele, o Mantovani, tem hoje um catamarã de nome Arigatô em Paraty, apoitado na praia do Engenho).  Pronto, eu tinha um veleiro! Só precisava arrumar em trinta dias os outros R$ 500,00, mas isso era um problema para depois.

Minha primeira velejada no Fraldinha, no dia 01/12/2002.

Aliás, dos meus problemas esse era o menor, pois o estado do barco era crítico. Já já eu volto aqui e completo essa história...




quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Um OVNI em Guarujá!

Boas!

Semana passada um OVNI aterrou por aqui. Veio em duas barcaças, rebocadas por um rebocador (sem trocadilhos), disfarçada de "equipamento portuário". Mas não enganou ninguém! É um nave espacial.  Meeeeeedo!





domingo, 12 de janeiro de 2014

E 2014 começou!

Boas!

No Brasil dizem que o ano só começa depois do carnaval. Com a gente não é assim não! Ontem fizemos a primeira turma do curso básico de vela oceânica do ano (e a última no modelo antigo, com apenas uma aula). Na tripulação Heloísa, Luis e a Tamis, que já fez o curso conosco e voltou para velejar novamente. O ajudante de ordens da vez foi o sogrão Celso.

Heloísa

Tamis e Celso
Luis Fernando.

Dia lindo, com ventos de oito nós, mar baixo e o Malagô velejando muito bem (consertadinho e obediente que só ele) . Fizemos a parte téorica no tempo complementar (duas horas) e ao meio dia já estávamos no mar. Cruzamos a baía de Santos para lá e para cá, fizemos a manobra de MOB com a bóia circular (ela caiu sozinha, antes do tempo!) e após demonstrarmos a técnica de fundeio terminamos o dia com um mergulho no Sangava.


Não fique ai só lendo a aventura dos outros! Venha velejar também! O único risco é gostar - e isso mudará sua vida!

E vamos no pano mesmo!


terça-feira, 7 de janeiro de 2014

"- Mosquitos, vocês não vão me vencer!"

Boas!

Dizem que parente não pode morar perto a ponto de poder vir na sua casa de chinelos e nem tão longe que precise vir de malas. Eu concordo com essa frase em 99,9% dos casos. A exceção é quando se trata do meu sogro, Celso. Talvez por ele ser uma pessoa iluminada, já que nascido em um 28 de março - e todos que nascem em 28 de março ssão iluminados, é claro! - o fato é que eu queria que ele morasse mais perto. Tanto que além de termos passado boas férias em sua casa, o trouxemos para a nossa!

Eu e o Celsão já passamos poucas e boas no pernoite involuntário e, na noite passada, passamos por um perrengue muito mais inusitado: final de tarde, todos na marina curtindo o último dia das (minhas) férias, o sol morrendo no horizonte e a picanha assando na brasa, a Priscila tem a (in)feliz ideia de todos dormimos no barco. E nesse todo mundo leia-se a sogra preferida honorária, a amiga de infância da Priscila, a Magda, o filho da Magda, a Luma - a 'cã' de guarda e a Alice, com a corda toda (a Brida está em férias no Rio Grande do Sul). 

Eu sabia que não ia acabar em boa coisa, pois os mosquitos fariam a festa e nós não estávamos preparados. Mas quem me ouve? 

Deitamos lá pela meia noite, super empolgados. Porém, antes mesmo das  três da manhã todos estavam no convés exibindo os ferimentos da carnificina. Foi uma guerra cruel e covarde! Ninguém conseguia dormir, com exceção da Alice (que nadou o dia todo na praia).

Diante da situção as mulheres e as crianças fizeram aquilo que se esperava delas em uma situação de crise: entraram no carro e foram para o ar condicionado para casa  lépidas e faceiras. Até a Luma, sempre tão fiel, se mandou. Já eu e o Celso ficamos no barco, pois  pela manhã o marceneiro naval iria nos ajudar a furar uma chapa interna para a fixação de um dos novos seis fuzis (quebramos seis brocas tentando no dia anterior e não conseguimos nenhum furo, mas isso é outro causo). Ele no convés, todo coberto e eu lá dentro, só pensando que teria que estar no escritório às 08h30 e que dormir nem de longe seria uma possibilidade.

Eis que às quatro da manhã o Celsão grita lá de fora: "- Mosquitos, vocês não vão me vencer!". Para dar um apoio moral eu disse: "- A mim também não, pois eu nem queria dormir mesmo...", ao que ele prontamente respondeu: "- Não, eu estou falando sério".

Sentindo que a coisa ia ficar estranha, sai do beliche central e fui para a cabine de proa. Em poucos minutos ele me perguntou: "- Onde está a caixa de ferramentas e os lencóis de casal?". Sem entender qual seria a possível correlação entre uma coisa e outra, mostrei onde estavam e fiquei escutando os barulhos de motoserra, tico tico, circular, martelo, britadeira... Jeito estranho de matar mosquitos esse, sô! 

E não é que em poucos instantes duas camas da cabine central contavam com um mosquiteiro improvisado com os lençóis! 


A coisa, apesar do ar de maloca, funcionou muito bem (orgulho estético nessas horas não serve de nada, acredite em mim!), não ficou quente demais e me deu idéias para o futuro! Fica aqui a dica: isolar, com um pano (ou um tule, seja lá  que isso for - a Priscila quem falou disso)  a área dos beliches: dá privacidade e acaba com os ataques sanguinolentos! 

E vamos sem mosquito mesmo!



sábado, 4 de janeiro de 2014

Refugiados da vela.

Boas!

Depois de oito anos seguidos passando o final de ano em Paraty ou em Angra dos Reis, voltamos nossos olhos para o sul do país. Como diz um amigo, a vida é curta demais para andar de moto 125 e viajar para os mesmos lugares. Deve ser mais curta ainda para viajar para o mesmo lugar em uma moto 125, como a minha!

Preparamos o Malagô para a travessia contando com muita ajuda, dentre as quais ressalto a do Paulo, do Bepaluhê que nos deu informações valiosas; do Rico e sua família, do Hoje!, que nos acolheriam muito bem em São Francisco do Sul e a do Fredy, da Velamar que nos remeteu as cartas impressas faltantes e outros itens com extrema presteza e rapidez. 

Passei dias preparando o barco. Revisei item por item. Fiz uma cirurgia no teto para extrair uma parte podre. Troquei cabos. Comprei os mantimentos. Blá blá blá...

Mas... se Drummond fosse velejador, diria que no meio do caminho havia uma regata, não uma pedra. 

Dada a largada da Regata da Marinha e após quase abalroar um incauto windsurfista - fui bastante cordial com ele, claro - percebemos que o barco andava muito mais com a genoa 150  (mas que eu acho que é 200, dadas suas proporções colossais) do que com a 120. Caçamos tudo e mandamos ver, empolgados pois pela primeira vez desde que começamos a correr regatas estávamos colados com a flotilha e não a vendo lá longe, no horizonte. No popa, então, que beleza!

Regata da Marinha 2013 - DNF
Foi nesse clima altamente competitivo que na terceira perna (de um total de quatro) vi um cabo de aço se afrouxar! O fuzil de um dos brandais de força (o de bombordo) arrebentou. Foi sorte duplamente: a uma por ter sido o de um brandal de força, pois fosse do estai e o mastro teria quebrado; a duas por ter sido ali, no quintal de casa. Tivesse ocorrido durante a travessia  e a onça seria brava. 

Daria para consertar para irmos para o Sul? Sim. Mas, sinceramente, eu não aguentava mais. Não queria mais saber de barcos, muito menos de barcos temperamentais como o Malagô. Não adianta, ele só faz o que quer e ele não quria ir para o sul. Barco teimoso dos infernos!

Enfim, ele não queria ir, mas eu sim! Se ele é teimoso,eu sou mais.

Interrompi a tentativa de conserto e o deixei sujo e bangunçado como estava e lhe disse: "- Pois fique ai que eu já me enchi de você!"

Fomos de avião para Santa Catarina - e no meio do caminho, por sorte (eu tenho pavor desse bicho chamado avião, chego a dar vexame) não acabou a gasolina. Como tudo nosso estava no barco e eu não queria mais saber dele, nem malas levamos (pois eu não aqueria saber de "Mala" nenhum!-é sério, compramos roupas e tudo o mais lá, na Havan e na Hering do Beira Mar). Fomos só com a roupa do corpo e documentos: quatro, refugiados da vela na casa do sogro! 

A viagem foi sensacional. Fizemos de tudo um pouco, mas claro que não ficamos muito longe da água: rafting no rio Cubatão do Sul, SUP na Lagoa da Conceição, cachoeiras e passeios por Floripa, lugar onde conheci e depois raptei minha Priscila.

Eu não aguentava mais churrasco!

Santo Antonio Lisboa, nosso cantinho em Floripa.

É Natal! 

Ok, eu tenho medo disso ai... mas sempre que vou lá, faço!

Não, eu não encolhi a barriga e não, a prancha não estava no fundo!

Vista do quintal do vovô, em Santo Amaro da Imperatriz. Dias lindos!

E pela primeira vez na vida a Alice fez aniversário em terra e longe de um veleiro. Eu sou um monstro!

Rio do Braço, dentro da reserva da serra do tabuleiro. Ainda há tanto o que ver...

O combinado seria voltarmos dia 06, pois volto a trabalhar dia 07. Porém, contudo, todavia e entretanto, na virada do ano comecei a sentir saudades dele. Preocupação também. Remorso, talvez. Como estaria nosso velhinho?! Eu devia ter mais paciência com ele, coitadinho... Sou um canalha! A Priscila me perguntava toda hora  quando iria consertá-lo. A Brida também. A Alice dizia: "- Eu amo o 'Gô'"...

Não teve jeito. Peguei meu sogro (e o carro dele, não necessariamente nessa ordem) e no dia 02 a tardinha já estávamos em Santos. As meninas ficaram lá mais uns dias... 

Na manhã seguinte, bem cedo, fomos ver nosso amigo. Ele estava meio bravo, de cara amarrada, todo fechadão, mas logo mostrou que não é de guardar rancor. O lavamos bem lavadinho e fizemos um monte de carinhos e elogios. Conversei bastante com o Malagô e acredito que estamos de boas relações novamente (embora eu saiba que ele continua teimoso que só ele! Amar não é se iludir...).  O Celso, meu sogro, tem profundos conhecimentos de marcenaria e o Fabio  providenciou os seis novos fuzis em aço inox 316 (ajudado pelos outros membros da nossa tripulação: Aruã, Cassio e Luiz Malito - valeu galera!!!).  Agora é mãos à obra, pois eu não vejo a hora de velejar de novo.No amado Malagô, é claro!

E vamos no pano mesmo!