quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Visitas de novembro!

Boas!

Novembro foi o mês mais movimentado da nossa escola de vela. Quase não fiquei em casa aos sábados, domingos e feriados. É trabalho, eu levo a sério como tal, mas é tão divertido que simplesmente não parece. O direito já foi assim para mim, hoje não é mais. Mesmo assim me sinto dividido, com um pé lá e outro cá. Percebi isso muito bem hoje de manhã quando depois de oito dias de "folga" por conta de uma mega emenda de feriado  entrei de novo em um terno e fui arrumar uma briga, feliz da vida, em uma audiência bem tensa e tumultuada. A briga foi bem divertida, com direito a muita ironia, perguntas bem feitas (de lá e de cá) e cartas na manga (só do lado de cá, ufa!). Tudo o que eu gosto na vidinha de advogado: uma bela de uma confusão. Ainda bem que eu não tenho que escolher, pelo menos não ainda...

Dia 10 de novembro recebi a visita do cunhado. E ele nem veio pedir dinheiro emprestado! Fomos ao Cusco para as meninas darem "tchau" e passamos um dia bem bacana. Depois veio a sogra... E ela veio tão legal que até me emprestou um dinheirinho - e a fundo perdido!!! Vai entender esse mundo!

Olivio, o cunhado, com a Bridinha, nossa primeira proeira!

A Almiranta, em rara vista ao Cusco!

Dia 11 dei aula para "aquele cujo nome não pode ser dito", um gringo  todo preocupado com sua privacidade. Para mim será muito fácil cumprir a promessa de não revelar quem ele é, até porque eu não faço a mais vaga ideia.

Veio o feriado e lá no dia 16 reencontrei os já amigos Marcos e Leandro. É incrível, pois dá para fazer a mesma coisa todos os dias e todas as vezes é diferente. Dessa vez em uma hora estávamos bem afastados da costa, com a Riviera de São Lourenço no través... na volta o mar deu uma crescidinha e eu fiquei preocupado com a entrada no canal. O Leandro avisou que não tinha medo (- Que bom! - pensei eu - Porque eu tenho!) e acabou que deu tudo certo, após um pequeno surf. Nesta noite dormi no barco e perdi meu remo de Paraty para a correnteza do canal. Mas não vou contar que mergulhei atrás e não consegui voltar, tendo boiado até as marinas nacionais e de lá voltado a pé, todo molhado e morrendo de frio - e sem o remo, que foi mais rápido do que eu. Isso seria muito mico! Li a perda do remo adorado (pintado com as cores do Rio Grande do Sul da Priscila) como um sinal: é hora de voltar para a terrinha. Paraty, ai vamos nós!


O Marcos não sabe, mas eu gosto de aviação tanto quanto ele! - Mas não tenho brevê.

Ele pensa que eu não vejo, mas o Leandro olha muito para as lanchas que passam... olha o karma, meu amigo! Olha o karma!

Parece estranho, mas quanto menor a costa no horizonte, mais seguros estamos.


Oficialmente as aulas no Cusco Baldoso terminariam ai. Porém fazia alguns dias que outro gringo - o Frederico, italiano mais brasileiro que eu! - vinha telefonando e eu acabei cedendo. No dia 17 dei aula para ele e para seu filho, um guri muito espero de dez anos de idade - o Felipo! E não me arrependi. Voltei no tempo alguns anos, lá em em 2009, quando fiz um charter com o Ulisses, do Coronado (que por muito pouco não foi meu novo barco novo).

Na época perguntei para  se ele não tinha medo de levar gente chata, mala... pois é, nessas horas eu acredito muito em estar em sintonia com o universo. Começa que quem quer velejar já é um ser especial. Quem tem karma mais pesado compra uma lancha (e se for muito barra pesada, um jetski!!!). Velejar não é ir, é estar e é mais do que isto, é bem estar! E nisso tive muita sorte ao longo desse ano, pois só encontrei gente bacana e aprendi muito com todos eles. Sem exceção.

Capitão Frederico, futuro mestre cuca da nossa escola de vela...


... e o valente Felipo, que tratou logo de ocupar o lugar preferido da Brida!

No dia seguinte faríamos o módulo II e veio apenas o Frederico. Íamos para o mar, mas lá fora estava bem picado, o motor cavitava muito e um pescador fez sinal de que a coisa não estava legal. Até dava para ir, mas eu sentia lá dentro de mim que devíamos voltar. Não sei se minha cabeça já estava nos novos rumos, se o mar estava realmente ruim ou o que foi... só sei que olhei lá para fora e não gostei. Pedi desculpas para o meu novo amigo (que ganhou uma aula extra) e voltei, convicto de que fiz o que era certo. Vai saber, não é?!

E vamos que vamos, no pano mesmo!




8 comentários:

  1. Quem tem karma mais pesado compra uma lancha (e se for muito barra pesada, um jetski!!!) - Ótima e verdadeira frase.
    Juca meu amigo, tenho que lhe falar, a cada post tem uma aula extra... to achando que isso é desculpa para velejar !!!!!!

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    1. Pois é, Walnei! A aula de vela tem que ter vela, senão não vale! É satisfação garantida e la garantia soy yo!

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    2. O Walnei jet não, aí já é demais, rs...mas independente da embarcação o problema é o respeito, problema crônico em nosso país, respeito as regras, respeito ao próximo.

      Abs

      Leandro

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    3. Pois é Leandro, vc bem viu os absurdos que acontecem no canal!!!

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  2. "Velejar não é ir, é estar e é mais do que isto, é bem estar! "

    Caro Juca, devo dizer que és um verdadeiro poeta, um escritor de alma e coração.
    Sua palavras sábias nos enchem de emoção e, certamente, refletem o dom do advogado que se veste de menino marujo.
    Se és melhor escritor, navegador ou advogado eu não sei, mas que pelo menos duas destas três você faz muito bem eu posso atestar e a fama já corre aos quatro cantos de nossa terrinha.

    Bom le-lo,
    Melhor será ve-lo e conhece-lo pessoalmente.

    Abs
    Paulo Ribeiro
    Veleiro Bepaluhê

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  3. Grande Juca...

    Não tenho medo mesmo, não sei até onde isso e bom, rs...seja de veleiro ou de lancha dividiremos bons momentos...

    Abs

    Leandro

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