Boas!
O último post, sobre bebês navegadores, rendeu um bocado. Existem vários por ai e isso é muito bom, pois significa uma nova geração de meninos e meninas do mar, dos rios, dos lagos, das, represas, etc.
Uma questão que nos foi colocada por muitos foi sobre o fato da Alice não usar o colete o "tempo todo" e, por isso vamos abordar essa questão com um pouco mais de profundidade, para não passar nenhuma impressão equivocada.
Não somos contra o colete de modo algum. Muito pelo contrário, ele é um equipamento essencial e todos a bordo devem saber onde ficam e como usá-lo. Ocorre que da forma como utilizamos nosso barco, é simplesmente impossível - e sem propósito - manter a criança o dia inteiro com ele.
No verão fica muito fácil visualizar o motivo. Ainda que a criança um dia se acostume com a situação, dentro da cabine o calor é intenso. O colete, nessas horas, apenas iria agravar a perda de líquidos, pois aumentaria - e muito, a temperatura corporal (já mais alta), isso sem falar nas assaduras e brotoejas... e dentro da cabine só haveria proteção contra a água que se acumula no poço, rs. Não faz sentido.
No nosso caso, o colete é usado sempre que a Alice é desembarcada, no bote de apoio ou quando vai nadar, seja na praia, seja ao redor do barco nos infláveis. Em caso de uma navegação mais dura (vento/mar), colocaríamos também (e não apenas nela, mas em nós também!). Isso não aconteceu e não deve acontecer tão cedo, pois quando estamos com ela vamos "só até ali". Não faríamos, por exemplo, uma travessia ou uma navegação mais longa.
Antes da Alice nós velejamos em um Dinghy Andorinha (Dom Fernando) e, depois, em um Daysailer (o Brisa), com nossa filha mais velha, a Brida (então entre cinco e sete anos). Sempre saíamos de colete. Sempre. E mais importante do que isto, nós também usávamos, para dar o exemplo. Se era chato para a ela, era para nós também.
Porém, seja qual for a embarcação, o fato de a criança estar de colete não deve transmitir uma segurança tal a ponto de não existir uma estratégia para evitar que a criança caia no mar. Mesmo de colete o resgate sempre será complicado, por mais que o mar esteja liso, seja dia e não tenha vento... O colete é sempre uma segunda linha de defesa. A primeira deve ser sempre evitar a queda da embarcação e é importante que isto seja pensado.
A propósito, é preciso haver na embarcação coletes homologados pela Marinha adequados para o tamanho da criança, obedecendo a classificação da embarcação. O ideal são aqueles com motivos infantis, mas com suporte para a flutuação da cabeça/pescoço, como os da foto a seguir (Classe V, homologado pela DPC) Sem isso o rosto da criança tende a afundar e quando ela é muito pequena tem dificuldades de voltar para a posição correta.
É isso mesmo meu Caro Juca!! DIVERSÃO COM RESPONSABILIDADE!!! Abraços à família!!
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