O Malagô está ficando pronto para voltar para a água. Tratamos o fundo com resina epóxy de baixa viscosidade, que aproveitou a madeira seca e foi bem absorvida. Depois passamos epóxy alcatrão (duas demãos), que reza a lenda que os gusanos não gostam muito. No costado aplicamos alguma massa e pintamos com tinta PU, mas no rolinho, apenas para proteção. A pintura definitiva do costado será feita na próxima subida, em novembro. Essa é a fase das fotos a seguir:
No fundo aplicaremos duas demãos de primer e mais duas demãos de tinta envenenada, dessa vez da cor vermelha. Quando o Cesar comprou o Malagô o fundo era azul. Quando ele o pintou foi de preto, cor que eu segui na última subida, em outubro de 2013. Usarei vermelho dessa vez porque nunca o vi com essa cor de fundo.
Além disso, seguindo as orientações de muita gente, irei subir o barco a cada seis meses. Hoje tenho plena convicção de que sai mais barato subidas curtas do que uma manutenção tão vasta quanto a que eu fiz, causada por um longo período na água (dezoito meses).
Aliás, muita gente me pergunta, com algum constrangimento, quanto eu gastei. Essa pergunta eu tenho resolvido assim: eu tenho um barco clássico de 40 pés com um casco novo, ao custo de um 23 pés com o casco velho, mas em bom estado e equipadinho.
Quando eu subi não estava preparado financeiramente para o que viria e até pensei em desmontar o barco, ou vendê-lo como estava. Eu não tinha o dinheiro para essa reforma, simples assim. Mas então veio o universo e coisas miraculosas começaram a acontecer: processos que nunca andaram, saíram (e me lembraram que o Juca advogado é quem, ao final, paga a maioria das contas). Além disso um volume maior de alunos veio na hora certa e ajudou muito (aliás, tenho muito a agradecer meus alunos, pois mais de um me ofereceu como ajuda antecipar o valor das aulas agendadas, o que me deixou bastante tocado!). Pareciam as coisas malucas do livro Cem dias entre céu e mar, do Klink (só que de verdade). Dessa forma, pouco a pouco o dinheiro começou a aparecer como que do nada e há poucos dias da descida eu não devo ninguém.
Vale a pena?
Pelo dinheiro, como investimento, claro que não. Mas essa não é, definitivamente, uma questão monetária. Para essas questões eu tenho uma cadeira de couro confortável, com vista para uma janela com grades por causa de ladrões que invadem a casa aos finais de semana e nos furtam e um belo ar condicionado, a apenas cinco quadras da minha casa.
O Malagô, a escola de vela e a vida que venho tendo no mar é a realização de um sonho e, para mim, é para isso que serve a vida e ai essa conta fecha, sim. E com folga.
E vamos no pano mesmo!
Parabéns pela realização, fica a lição das prioridades da vida....sou fã do blog e futuro aluno, questão de tempo para meu sonho tornar-se realidade!!! Carlos-Peruíbe-SP
ResponderEliminarObrigado, Carlos! Já, já nos vemos a bordo!!!
EliminarSaudações Capitão Juca,
ResponderEliminarBom, eu sei bem o que é isso, ver o sol nascer de dentro do Malagô (Velho Mala) após passar a noite fundeado em frente à Praia Grande de Cajaíba - Paraty RJ não teve preço, será umas das lembranças que nunca vou esquecer.
Bons Ventos,
André Scalon
É verdade, André! Aquela manhã foi mesmo especial. Saudades de você! Venha nos visitar!!!
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