Existem dois jeitos de se encarar a vela oceânica: um é o romântico, fazendo saídas com ventos de cinco nós e ondas de meio metro - de preferência sob um céu azul. Outro é encarar o dia a dia com o que ele nos oferece e de acordo com nossos limites. Em nossas aulas nós escolhemos o segundo, sempre, sendo que a única restrição para a não realização de aulas, além da ausência de vento (por razões óbvias), é a emissão pela Marinha de avisos de mau tempo, em especial ressaca.
Durante o mês de abril tivemos uma turma que navegou no veleiro Fratelli (Delta 36/Marcelo Damini) que se beneficiou de nossa estratégia de fazer as aulas em mais de um dia. Como comentei com eles hoje durante o almoço no clube, nós navegamos em três dias, no mesmo veleiro e no mesmo lugar. Porém, enfrentamos condições totalmente opostas em cada um desses dias: calmaria, ventos de dez nós e hoje, ventos sempre acima de vinte, de SW, com ondas acima de dois metros.
Saímos da baia já rizados e fomos até a Ponta do Itaipu, sempre sob fortes emoções: velocidade acima de oito nós, ventos uivando nos estais e ondas quebrando sob o convés. O Reginaldo, a Alcione, o Mem e o Eduardo, nossos alunos, puderam vivenciar na prática o que é velejar em condições mais duras, pois nem sempre nós podemos escolher o mar que encontraremos. Descobriram, na prática, que o segredo é apenas estar preparado, com o conhecimento; respeitar o mar e saber até onde vão seus limites. Saímos hoje porque a turma estava pronta para isso. Retornamos um pouco mais cedo do que o programado, pois era a hora certa de voltar. Mesmo curta essa foi uma senhora velejada! Em maio teremos quatro turmas do curso básico, sendo uma em Ubatuba e três em Guarujá. Que esses novos alunos possam passar por essa mesma experiência.
E vamos no pano mesmo!
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