Ontem foi um dia especial. Primeiro porque foi a última aula desse ano, tendo a bordo o Eduardo Colombo no veleiro Meltemi. Segundo porque eu me dei conta de algumas coisas, mas disso falo ao final.
Nossa escola começou meio de brincadeira. Era um tal de "me ensina a velejar" aqui e acolá e disso veio a ideia de estruturar um curso de verdade, com metodologia. Acho que estamos no caminho certo.
Ensinar algo depende muito menos do quanto você sabe do que do quanto você consegue transmitir. Quando eu ensinava Direito via isso muito bem; quando fui aluno e quando coordenei um curso jurídico também. Um diferencial em nossa escola é que temos uma metodologia, própria e pensada em transmitir ao aluno em etapas aquilo que ele precisa aprender, passo a passo. Ensinar a velejar é muito mais do que gritar "orça!", "arriba!", "caça" e "folga!". É ensinar o aluno a intuir. É isso o que eu acredito e o passar do tempo tem me mostrado que estamos com a proa no rumo certo, ainda que o destino final esteja longe, muito longe.
Com o Eduardo Colombo fechamos o ano com trinta e oito alunos. Minha meta para 2014 eram quinze. Quinze, porém, foi o número de ex-alunos que compraram seus prórpios veleiros. Desde o começo em 2012 noventa e oito pessoas já passaram pelo nosso convés ou, melhor dizendo, pelos nossos conveses, no plural. Nada mal.
Mas voltando ao que realmente importa, a segunda coisa que eu percebi é que já não tenho medo de vento. Ontem, por exemplo, saímos em condições que há alguns anos eu preferiria não sair ou, se saísse, teria muito receio. Mar grande e vento constante a maior parte do tempo acima dos vinte nós. Cumprimos nosso programa de aula e ainda fizemos a estripulia de testar como o Meltemi velejava só de genoa, coisa que o Alan mesmo sendo experiente ainda não sabia. E tudo isso numa boa, sem frio na barriga. O barco estava equilibrado: tinha a quantidade de pano certa para as condições, com leme sempre na mão e leve. Equilíbrio, a chave de tudo!
Em outubro o Chagas me disse uma coisa que depois de alguma reflexão passou a fazer todo sentido: "Eu me preocupo mais com a previsão de ondas, porque se ventar muito, eu rizo a vela". E é verdade. Ondas grandes dão muito mais trabalho do que um vento de vinte e cinco nós. Pois é. Um dia, sem perceber, eu perdi o medo do vento...
E vamos no pano mesmo!
Grande Juca!
ResponderEliminarEstou de mal contigo ainda!
Parabéns pelo balanço super positivo da escola!
Bons ventos sempre mas com poucas ondas pela frente!
Abraços
Teu conterraneo Luiz direto de Saint Vincent and Grenadines!
Luiz, fique bravo não! Nossa ida ao Cascalho foi ADIADA, mas não CANCELADA!!! Bons ventos para vcs ai!!!
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