sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Natal na Ilha do Cedro



Boas!

Chegamos na Ilha do Cedro às 15h00 do dia 23 de dezembro. Paramos na segunda enseada, que tem uma pequena praia voltada para as Ilhas Pelado e Peladinho e nenhum bar. Pelo que li nos e-mails da ABVC um dia antes o Bepaluhê andou por lá. Por pouco não nos encontramos no mundo real, finalmente. 

Nesse dia marquei meu primeiro ponto no concurso de "o pior local de ancoragem em uma pequena enseada'", campeonato que ao final ganhei com ampla vantagem. O Malagô tem um inércia que eu levei certo tempo para me habituar: você desliga o motor e ele simplesmente não pára até que se dê um pouco de ré. Isso me assustou um pouco no começo e muito por conta disso eu não me aproximava muito das praias. Nessa ancoragem no Cedro e na seguinte, em Tarituba, eu exagerei na dose.

Todos esses dias fez sol forte, com ceú azul sem nuvens e para pagar minha língua - pois sempre digo que em Paraty não venta - teve vento bom todos os dias. Em compensação toda noite era uma emoção. Chuva muito forte, vento muito forte - o pico foi de quarenta e dois nós no dia 26 de dezembro! - e raios que faziam o barco tremer. Eu a todo instante tranquilizava as meninas lembrando que o raio perigoso era aquele que não se tinha tempo nem de ver!  

Nossa primeira noite no Cedro foi assim. Lá pelas 20h00 o mundo caiu em água. A visibilidade caiu para zero. Soltei muito cabo e passamos a noite na pequena enseada em companhia de uma lancha e de uma pequena traineira. Acordava de hora em hora e adorei o fato de poder controlar a ancoragem sem ter que sair do barco!


No dia seguinte o sol se fez logo cedo e não fosse a sujeira na praia (trazida pela chuva) nem poderia se dizer que houve um dilúvio horas antes. Pegamos o botinho e remamos - na verdade, eu remei, praguejando pois no carro abarrotado de itens de primeira necessidade feminina ou vinha o violão, ou o motor de popa 3.3. Para a Priscila, é claro, o violão era muito mais importante...

Fomos para a praia e nadamos. O dono da lancha veio me perguntar sobre o barco, me contando que na infância sua família teve um Classe Brasil. Seria o primeiro de muitos que vieram conhecer o barco, contando histórias e revivendo lembranças de tempos idos. 

Logo depois ele e a traineira foram embora e ficamos apenas nós na minúscula enseada. Mantive a ancoragem, pois apesar de longe da praia ela se mostrou segura e começamos a preparar a ceia. Coisa simples, comida de casa, feita no forno  - luxo que o Cusco Baldoso não conheceu. Como todos vamos dormir cedo quando estamos embarcados, antecipamos um pouco as coisas e o Papai Noel desceu do mastro ainda com a luz do dia. Cantamos músicas de Natal, ceiamos e fomos felizes. 





A Priscila nunca gostou muito do Cedro. Da Ilha mesmo eu confesso que também não sou muito fã. Mas a visão que e tem do continente a partir dela sempre me fascinou: aquele pedaço de mata atlântica está do mesmo jeito há milênios e foi assim mesmo que os portugueses o viram quando chegaram por aqui! Que lugares hoje em dia mantém as mesmas características de antes, em especial no litoral do Sudeste?




No dia seguinte, com certa preguiça de levantar a âncora - ela é pesada e ainda não temos guincho - seguimos para Tarituba.



Ilha do Cedro - Paraty/RJ - Carta 1633
Coordenadas do fundeio: 23º04.10'8S / 44°38,38'7W
Distância de Paraty (Pier 46): 10 Milhas Náuticas.
Cuidados na navegação: Lajes  funda, rasa e da feiticeira - jamais fique no alinhamento entre a Ilha Rapada e a Ilha do Cedro. Afaste do continente e depois retome para o Cedro, numa derrota em "V"
Estrutura: Restaurantes (simples) que servem frutos do mar na beira da praia e que o governo federal  quer fechar porque barco é coisa de rico.

2 comentários:

  1. Delícia de passeio com a família!!!
    Abraços =)
    Fernando Previdi

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    1. Super Previdi! Tudo de bom para vc, Jamile, André e Laurinha!!!

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