Este blog é essencialmente náutico... Sobre vela, as aventuras e desaventuras minhas e das minhas meninas. Mas o último pouso da Atlantis não me passa sem significado e não posso deixar de registrá-lo aqui. Ao longo dos treze dias de missão eu também viajei, no tempo... Voltei lá para a fria São Paulo de 1986, para a Vila Romana, e me vi perguntando ao meu pai coisas e mais coisas sobre o espaço, sobre naves espaciais, outros mundos... Lembrei como vi, espantado, a Challenger se dividir em várias micropartes nos céus da Flórida no Jornal Nacional; em como na terceira série ensinei aos meus coleguinhas que o Sol, ao contrário do que a Professora Eni lá no Colégio Experimental acabava de ensinar, não era o centro do universo... sequer ficava no centro da via láctea e que haviam muitos outro sóis (lembrei também, é claro, de como riram de mim!); estive novamente no Kennedy Space Center, onde em 03/02/1995 vi a Discovery subir aos céus em uma noite gélida de inverno nos everglades até sumir no éter; vi a Columbia virar estrela cadente em 2003 ... E ao final me vi "capitão", eu mesmo, de barquinhos que me levam só até ali - e trazem de volta não só a mim, mas aquelas que mais amo; vi a mim não mais como filho, mas como pai; não vi meu pai, que há anos está lá, nas estrelas.
Pois é, estou ficando velho! Já tenho tantas memórias do século passado! Mas, como diz o Nando Reis em uma de suas músicas, "É bom olhar para trás/e admirar a vida que soubemos fazer...". As estrelas ainda estão lá. Já já damos um jeito de ir visitá-las com elegância. Enquanto isso, vamos de soyuz...
Farewell, Atlantis! Logo logo eu e as meninas vamos te visitar!
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