terça-feira, 29 de março de 2016

Embaixo da água!

Boas!

Sexta-feira santa saímos cedinho de casa e fomos até Ubatuba, de carro. Seguimos pela Rio Santos, que apesar do feriado estava sem trânsito.  Nosso destino era o veleiro Soneca, do nosso instrutor da base Ubatuba José Spinelli Neto, o Tio. Pela primeira vez, contudo, não estávamos indo velejar. A aventura seria outra.

A Priscila sempre teve o sonho de mergulhar e se tem uma coisa que eu acredito que a gente deve fazer nessa vida é realizar sonhos. Por isso eu dei para ela um curso de mergulho de presente de aniversário. O curso aqui em Santos não andou com a desenvoltura que nós imaginamos e por isso acabamos fazendo aquilo que devíamos ter feito desde o primeiro momento: chamado o Tio Spinelli! Além de exímio velejador o Tio é instrutor de mergulho (na verdade ele é instrutor de instrutores) há quase duas décadas e logo se prontificou a concluir o curso da Almiranta.

Tio Spinelli, o melhor e mais paciente instrutor do mundo!
Chegamos em Ubatuba às 11h00 e encontramos um Soneca duas vezes atípico: primeiro pois acho que foi uma das raras vezes em que ele não estava abastecido de provisões para ficar três meses no mar. O Tio estava arrumando o barco por conta de suas idas e vindas de cinco mil milhas e  não havia nem sal a bordo. Isso é algo praticamente impossível de acontecer. Segundo pois fomos para o local dos mergulhos, na Ilha Anchieta, próximo à praia do sul (rancho do Milo), no motor... De qualquer forma nós não estávamos lá para velejar.


A regata ...

... era ali...

... mas nosso destino era outro.
Nos dirigimos para o ponto de fundeio passando  por entre os veleiros que se preparavam para a Regata da Amizade, organizada pelo pessoal da AUMAR. Vimos, de longe, um monte de amigos e deu muitas saudades das duas épocas que guardamos o barco lá. Eu tive uma imensa vontade de estar na regata, de velejar... mas esses dias não eram meus, eram da Pri e isso, de certa forma, era meio novo para mim.

Ancoramos bem perto das pedras (perto mesmo!) e o Tio fez a instrução e dois mergulhos com a Pri. Já eu fiquei "em casa", cuidando das crianças e do almoço - outra novidade. A Brida agarrou um livro e sumiu dentro do Soneca por dois dias. Já eu e a Alice travamos uma batalha de gigantes: ela não quer mais usar colete para mergulhar no mar e a mãe dela não quer deixar ela entrar sem. Eu, como só estava cumprindo ordens, não me atrevi a desautorizar a mãe. Foi uma tarde agitada, pois a baixinha é de uma teimosia sem precedentes... 

Bióloga, pedagoga, mergulhadora, etc etc etc

Eu não vou com colete...

Quando não esteva lendo, a Brida estava nadando.

Na verdade, eu acredito que nesses mergulhos em locais tranquilos ela não precisa mais do colete, mas sim de um auxílio à flutuação, como um espaguete, e o mais importante: alguém olhando o tempo todo. Com o colete ela não faz o que mais gosta: mergulhar e ver os peixinhos nas pedras. Interessante que eu estava pensando em levá-la no aquário de São Paulo, mas em verdade vê-la apontando com seu dedinho os sargentos, as donzelas, os ouriços e as estrelas ali, no "mundo real", me fez achar que a troca havia valido a pena.

Nada se compara a amanhecer com essa vista...
Ir para Ubatuba, Paraty ou Angra me faz lembrar para que serve um barco e me lembra que eu não gosto de ter barco aqui em Santos. Aqui é muito bom para velejar, pois venta sempre, não tem perigos à navegação e eu estou perto de casa... mas ter um barco, mesmo um barco à vela, não se resume apenas a velejar. Por outro lado o Malagô nunca esteve tão bem cuidado. Esse dilema nunca é fácil de se resolver.

Missão cumprida e Alice nadando sem colete. Quem venceu essa guerra?!

Até eu mergulhei com o Tio!
No sábado, após mais dois mergulhos, a Pri foi declarada mergulhadora com toda a pompa e circunstância e, para comemorar, fomos comer pizza na casa do Tio. Dormimos mais uma noite no Soneca e na manhã seguinte voltamos para casa, pelo caminho mais longo: pela estrada de Cunha, que está praticamente pronta. Andamos quase o dobro da distância, sem pegar nem um metro de congestionamento e passando por belíssimas paisagens da serra da bocaína. Mas essa já é outra história...

Um pulinho até Paraty...
E vamos no pano mesmo!!!



segunda-feira, 21 de março de 2016

Velejada até a Ilha dos Arvoredos

Boas!

É preciso saber valorizar os dias perfeitos. Eu sempre digo isso e não me canso de repetir. É que nem sempre o mar, o vento e você estão em uma combinação perfeita. Mas, de tempos em tempos, isso acontece e é sempre algo bastante especial.

Saímos do clube às 10h00 a bordo do Malagô. Não havia vento. O mar estava espelhado e a corrente contra. Na tripulação eu, Eduardo, Antonio, Henrique e Emir. Motoramos a cinco nós até a Ilha da Moela. O céu estava azul, sem nuvens. Subimos a mestra logo depois da Ilha das Palmas e convidamos Bob Dylan para velejar com a gente.


Assim que montamos a Moela, por dentro, entrou um brisa de sul. Desligamos o motor e seguimos em orça folgada na direção da Península. Qual era nosso destino? Ainda não sabia... mas estava com uma grande vontade de ir até a Ilha dos Arvoredos, na praia de Pernambuco, em Guarujá, distante quinze milhas náuticas do clube.


Entre a Moela e a praia da Enseada o vento por vezes dava uma ligeira rondada para SE, nos obrigando a aterrar. Por conta disso antes da Ilha das Cabras demos um longo bordo para o mar. O plano era abrir o suficiente para ir até Arvoredos em um bordo único, ainda que o rumo sul nos tirasse qualquer avanço para oeste, nosso azimute. A estratégia deu certo: às 14h18 terminávamos de montar a ilha, prestando atenção em sua arquitetura exótica: um rochedo, no mar, que abriga além de uma mansão, um belo jardim e um foguete espacial.

(c) Edu Colombo



(c) Edu Colombo



O Malagô está de volta a sua normalidade e, com isso, o serviço de bordo melhorou bastante: comidinhas aqui e ali e copos não descartáveis, para nossa alegria. Isso sem falar no conforto que é navegar nele e, também, poder deitar em uma cama decente quando o corpo pede um pouco mais de calma. Outra novidade foi o enrolador de genoa, que voltou a fazer parte de nosso equipamento.





O SPOT, ainda não sei por quê,  transmitiu nossa derrota apenas a partir das 13h48, quando Arvoredos já estava quase tocando nossa proa. Com isso apenas o registro da volta, em um través glorioso, logo substituído por uma alheta (quando o vento rondou para E, no fim da tarde). Na altura da Ilha das Palmas, como é tradição para o horário, o vento morreu. Ligamos o motor.


Tocamos o cais do clube em uma maré bastante baixa (0,3m) às 17h50. Arrumamos as coisas e fomos para casa. Plenitude, essa é a palavra para descrever o que sentíamos. Não fizemos nada demais. Fomos só até ali... mas isso bastou para alimentar a alma.

(c) Edu Colombo
 E que venham mais dias perfeitos, no pano mesmo!


segunda-feira, 14 de março de 2016

Encontro em Itirapina

Boas!

O encontro em Itirapina/SP foi maravilhoso. Encontramos muita gente legal, alguns já conhecidos, outros ainda Nem tanto. As minhas meninas se esbaldaram no rancho Móim Móim, local do evento que reuniu mais de oitenta e cinco pessoas.

(c) Ricardo Amatucci

Eu falei um pouco sobre as dúvidas que o pessoal em geral tem sobre como é velejar no mar, baseado em minha experiência na Escola de Vela. Já o Spinelli falou sobre como foi sua viagem até Buenos Aires: temos que tirar o chapéu para o Tio, o cara é demais!!! 

(c) Ricardo Amatucci

A palestra do Spinelli deverá ser repetida em Santos (data a confirmar) e no encontro Nacional da ABVC, em maio desse ano.

Carla e Rafael, mais um casal gente boa que passou pela Cusco Baldoso!
Gostaria de deixar registrado aqui meu muito obrigado ao Paulo Fax, da ABVC Interior Sudeste e a todo o pessoal da água doce que nos recebeu tão bem. É muito legal conhecer quem nos lê pessoalmente e poder mostrar que sou ainda mais bonito do que muitos imaginavam!





E vamos no pano mesmo!!!