segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Palestra no Encontro de Velejadores em Itirapina/SP

Boas!

Eu e o Spinelli estaremos no VIII Churrasco de confraternização dos velejadores de água doce, em Itirapina/SP, no dia 12/03/2016. O evento é organizado pela ABVC Interior e todos os velejadores e interessados pela vela, de água doce e salgada, são bem vindos!

O Spinelli irá contar como foi sua travessia de Ubatuba até Buenos Aires a bordo do Soneca e eu falarei um pouco sobre o que é velejar.

Esperamos vocês lá!

E vamos no pano mesmo!




terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Flash Clube

Boas!


Muitos de nossos me perguntam como continuar velejando depois de terminar nosso curso básico de vela. Em verdade, muitas são as formas, antes mesmo de se comprar o barco: participar de regatas, fazer outros cursos, ser tripulante em veleiros em travessias, fazer um charter.

Faltava, porém, algo que fosse mais concreto e que não representasse um investimento significativo. 

Pois agora não falta mais!

Nossa Escola de Vela fechou uma parceria com o Flash Clube, com vantagens exclusivas para nossos alunos.



Por uma pequena mensalidade, menor do que o custo de uma marina, o aluno tem a sua disposição modernos veleiros da linha Flash - Flash 165 e Flash 195, que podem ser usados de terça a domingo por ele e sua família, quantas vezes quiser.



O aluno já recebe o barco montado, na água, e após velejar - pelo tempo que desejar no período da manhã, ou da tarde - o devolve no píer. A guarda, desmontagem, manutenção é com o Flash Clube. Não tem complicação!  O sócio do clube pode levar a tripulação que desejar: família, amigos, outros sócios! 



O Flash Clube está localizado em São Paulo,  no Sailing Center Guarapiranga, local com completa infraestrutura para o seu lazer.

Bem, agora só não veleja quem não quer!

Dúvidas? Entre em contato : cuscobaldoso@gmail.com

E vamos no pano mesmo!!!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

A todo pano!

Boas!

Essa semana faz um ano que eu trouxe o Malagô de Ubatuba para Santos. Foi um ano longo, em que muita coisa precisou ser feita. Troquei praticamente todas as tábuas do fundo e várias cavernas. A intervenção foi tão grande que metade do casco é 1960, a outra metade 2015.

Mas fui além disso. Troquei o estaiamento principal (proa, popa e brandais). Desci o mastro e o restaurei em cada detalhe. Dei início a remodelagem do interior, alterando coisas que não me agradavam nele. Instalei um dog house, reformei o bimini e troquei o hélice (e agora navego a sete nós no motor). Arranquei cada fio elétrico e, aos poucos, o Walnei Antunes está trazendo a energia de volta, metro a metro. Refiz todo o motor, trocando praticamente todas as peças importantes por peças realmente novas.

Ainda há um longo caminho. Estamos agora trabalhando no convés. Tirei os postinhos do guarda mancebo e estou fazendo novos, em aço inox. Iremos refazer a vedação em sikaflex e pintar a parte que está com antiderrapante. Comprei um enrolador de genoa e um guincho para a âncora.

O mais importante, porém, é que ele já está navegando novamente e completamente operacional, a todo pano, como pude conferir na última regata Volta da Ilha da Moela, que aconteceu no dia 13/02 passado. 

Com isso finalmente parte da instrução de nossos alunos será feita novamente no Malagô. Aprender a velejar em uma parte da história da vela oceânica brasileira é um verdadeiro privilégio. E ele, apesar de um pouco bruto, é ideal para esse tipo de atividade, pois só navega quando toda a tripulação está fazendo seu trabalho do jeito certo. Como tem que ser! 

E vamos no pano mesmo!!!

(c) Rodrigo Faconti

Moela na proa (e a genoa muito caçada e com pouca tensão na adriça. Ai ai ai).

Ao fundo o Pantanal 25 Anarquia, com nosso aluno Rodrigo Faconti a bordo!

E o veleiro Hoje! (Cruiser 23 que já morou na baia da Babitonga), com o Mauri no comando: "- Jucaaaa, ontem eu estava ai com você! Hoje eu estou aqui!". 

Edu Colombo, nosso tripulante padrão!

Lembranças das regatas de veleiros clássicos nas plaquinhas...

... proteção divina ...

... e um presente do amigo Eduardo Colombo.

Aos poucos...

...o interior...

... ganha forma.



quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Um certo veleirinho Rio 20...

Boas...

Um belo dia anunciei uma canoa canadense no site da BL3. Poucos dias depois um sujeito todo falante me ligou. Marcou um dia e veio até Santos conhecer a tal canoa verde, que dei o nome de Ritta, em homenagem à minha mãe (a canoa, assim como minha mãe, era muito boa, mas precisava de uma reforminha).

Foi assim que conheci meu amigo José Carlos. Fechamos o negócio, ele me deu um cheque e só voltou para buscar a tal da canoa três meses depois. Assim era o Zé. 

No dia em que ele finalmente veio buscar a canoa, fomos jantar e nos tornamos amigos. Ele virou meu dentista e eu, o advogado dele. Ah, como seria lindo se ele fosse trilhardário: porque um bom rolo era com ele mesmo! Quando ele me ligava eu já sabia que vinha história e que eu entraria no carro para uma longa viagem - pois rolo perto de casa não era a especialidade dele. Era hilário.

Assim como eu ele era chegado em uma tranqueira. E tinha muitas. Foi nessa que entre muitas trocas que fizemos, dei um Gurgel X-12 que  tinha em troca de uma CB-400, ano 1981, cinza  e maravilhosa. De quebra, ganhei  um brinde. O Zé era velejador e entre as bugigangas que ele tinha, havia um casco de veleiro Rio 20 que ele salvou do afundamento na Marina do Brachuy: o Equinoster. Ele mesmo mesmo mergulhou e fez o barco flutuar novamente, repleto de cracas. 



A reforma do veleiro tinha tudo para dar certo, pois não teríamos custo com local para guardar, já que a reforma poderia ser feita no terreno da casa dele, lá na Guarapiranga, pertinho do Farol e do Solo Sagrado.  Além disso era só dar uma lixadinha!

Eu e um amigo lixamos o barco inteiro, por dentro e por fora e depois de meses nesse trabalho de limpeza, perdendo sábados e domingos, ficamos quase um ano sem querer sequer pensar no assunto. Pouco tempo depois vendemos o casco, pois era claro que a empreitada não valia a pena. Mas sem crise: ficou a amizade do Zé. 







Em fevereiro do ano passado, em uma quinta-feira, ele me ligou. Mais um pepino. Eu, apesar de ser mais novo que ele, assumi um tom paternal e lhe passei um sermão... mas um sermão caprichado. Ele tinha um consultório em São Paulo e outro no interior. Fazia 500 km dia sim, dia não. Cuidava de um monte de gente, mas não se cuidava. Tinha um veleiro em Paraty, mas não velejava há uns oito anos. Tinha um veleiro em casa, que virou floreira. Tinha um fusca para reformar, uma moto para consertar. Tinha uma canoa verde. Tinha uma esposa, um filhinho de oito anos... "Muda  de vida, Zé! Vai curtir sua família! O mais perigoso dessa sua vida louca é que você começa a achar que essa correria é normal!" Falei com ele em uma quinta. No domingo, ele faleceu vítima de um infarto fulminante, aos cinquenta anos de idade, sem ter realizado um décimo de seus sonhos e atropelado pelo dia a dia. E assim como um monte de gente, eu sinto saudades dele.

E vamos no pano mesmo.