segunda-feira, 15 de setembro de 2014

E agora?

Boas!

Antes de fazer uma travessia eu começo a acompanhar a previsão do tempo com pelo menos sete dias de antecedência. Minha fonte primária de consulta é sempre o boletim meteoromarinha, emitido em duas rodadas diárias pela Marinha do Brasil. No começo a linguagem dele é estranha, mas depois passa a soar natural, em especial as cartas sinóticas.

Uma outra referência é o windguru, sendo que acompanho não só a localidade onde irei navegar, mas como andam as coisas desde Floripa. Aliás, você realmente sabe usar o windguru? Se sim, deve saber que os horário ele traz deve ser corrigido em três horas, por conta do fuso. Ou seja, 12h00  UTC é, por essas bandas, 09h00.... 

Pois bem. Nessa programei com o Marcelo, do Veleiro Aphrodite - um Delta 32 com tudo o que o dinheiro pode comprar e que chega nos seis nós como se estivesse brincando no parque - levar alguns alunos para a Laje de Santos, no sábado, 13/09. Na tripulação vieram além do Marcelo e seu filho Enzo, o Eduardo, o Luciano, o Gustavo e o Tiago. 

Zarpamos às 10h52 do CIR e motoramos até a ponta grossa. Lá abrimos velas e começamos a brigar com o vento sul - a laje está justamente para aqueles lados.

É ai que entra a história da previsão. O Windguru nos dava ventos de leste, de no máximo dez nós e mar com ondas de sul, com dois metros de altura. Já a Marinha a todo instante fazia um alerta via Santos Radio: "Chamada Geral, Chamada Geral, Aviso de Vento Forte para a área Charlie - a nossa - Ventos de NE/NW, força 8".  Força 8 (entre 34 e 40 nós) é algo do tipo:



O problema é que nem o windguru nem a marinha estavam acertando a previsão. O mar estava baixo, não havia a prometida ressaca e o vento vinha da direção errada em referência ao previsto pelos dois sites. Para piorar cada cantinho da baía dava sinais de um vento vindo de uma determinada - e diferente - direção. E agora?

Ao nos afastarmos sete milhas da costa tomamos a decisão de abortar. A uma porque nosso ETA era 19h00 - e de que adianta ver a laje no escuro. A duas porque aquele aviso pelo rádio minava a confiança. Para que arriscar? Cautela e o caldo de galinha nunca fazem mal ao vivente.

Lá de fora colocamos a Ilha da Moela na proa e depois a Ilha das Cabras. Ao montá-la o vento sul rondou para leste (ponto para o windguru) e nele seguimos até a Moela, passando por dentro, onde caímos mais uma vez no famoso buraco de vento que há por aqueles lados.

Chegamos no clube ao cair da noite. O ventão não entrou no sábado. Nem no domingo. Mais uma vez a laje escapou de minhas mãos... Da próxima chamarei o Jefferson, ex-Goludo. Ele, ao contrário de mim, sabe o caminho "da pedra"!

E vamos no pano mesmo. Se tudo der certo meu próximo post será também sobre a procura de uma pedra no oceano. Mas essa está a trezentas milhas da costa de Recife!

Galeria:
Marcelo (de amarelo) e Tiago Sem "H".

Orçando em direção à laje.
Gustavo e Tiago.

Luciano.

Montando a Ilha das Cabras.
Detalhe da Península, na praia da Enseada.



O Eduardo, procurando nuvens.

Marcelo, Enzo (enrolado no casaco amarelo) e Eduardo.

A Península, lá atrás...

... e o farol da Moela, ao alcance das mãos.

Esse cara sou eu!




1 comentário:

  1. Juca, queremos detalhes (muitas fotos e vídeos) da busca da "pedrinha" que você vai procurar lá pra cima!

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