terça-feira, 7 de janeiro de 2014

"- Mosquitos, vocês não vão me vencer!"

Boas!

Dizem que parente não pode morar perto a ponto de poder vir na sua casa de chinelos e nem tão longe que precise vir de malas. Eu concordo com essa frase em 99,9% dos casos. A exceção é quando se trata do meu sogro, Celso. Talvez por ele ser uma pessoa iluminada, já que nascido em um 28 de março - e todos que nascem em 28 de março ssão iluminados, é claro! - o fato é que eu queria que ele morasse mais perto. Tanto que além de termos passado boas férias em sua casa, o trouxemos para a nossa!

Eu e o Celsão já passamos poucas e boas no pernoite involuntário e, na noite passada, passamos por um perrengue muito mais inusitado: final de tarde, todos na marina curtindo o último dia das (minhas) férias, o sol morrendo no horizonte e a picanha assando na brasa, a Priscila tem a (in)feliz ideia de todos dormimos no barco. E nesse todo mundo leia-se a sogra preferida honorária, a amiga de infância da Priscila, a Magda, o filho da Magda, a Luma - a 'cã' de guarda e a Alice, com a corda toda (a Brida está em férias no Rio Grande do Sul). 

Eu sabia que não ia acabar em boa coisa, pois os mosquitos fariam a festa e nós não estávamos preparados. Mas quem me ouve? 

Deitamos lá pela meia noite, super empolgados. Porém, antes mesmo das  três da manhã todos estavam no convés exibindo os ferimentos da carnificina. Foi uma guerra cruel e covarde! Ninguém conseguia dormir, com exceção da Alice (que nadou o dia todo na praia).

Diante da situção as mulheres e as crianças fizeram aquilo que se esperava delas em uma situação de crise: entraram no carro e foram para o ar condicionado para casa  lépidas e faceiras. Até a Luma, sempre tão fiel, se mandou. Já eu e o Celso ficamos no barco, pois  pela manhã o marceneiro naval iria nos ajudar a furar uma chapa interna para a fixação de um dos novos seis fuzis (quebramos seis brocas tentando no dia anterior e não conseguimos nenhum furo, mas isso é outro causo). Ele no convés, todo coberto e eu lá dentro, só pensando que teria que estar no escritório às 08h30 e que dormir nem de longe seria uma possibilidade.

Eis que às quatro da manhã o Celsão grita lá de fora: "- Mosquitos, vocês não vão me vencer!". Para dar um apoio moral eu disse: "- A mim também não, pois eu nem queria dormir mesmo...", ao que ele prontamente respondeu: "- Não, eu estou falando sério".

Sentindo que a coisa ia ficar estranha, sai do beliche central e fui para a cabine de proa. Em poucos minutos ele me perguntou: "- Onde está a caixa de ferramentas e os lencóis de casal?". Sem entender qual seria a possível correlação entre uma coisa e outra, mostrei onde estavam e fiquei escutando os barulhos de motoserra, tico tico, circular, martelo, britadeira... Jeito estranho de matar mosquitos esse, sô! 

E não é que em poucos instantes duas camas da cabine central contavam com um mosquiteiro improvisado com os lençóis! 


A coisa, apesar do ar de maloca, funcionou muito bem (orgulho estético nessas horas não serve de nada, acredite em mim!), não ficou quente demais e me deu idéias para o futuro! Fica aqui a dica: isolar, com um pano (ou um tule, seja lá  que isso for - a Priscila quem falou disso)  a área dos beliches: dá privacidade e acaba com os ataques sanguinolentos! 

E vamos sem mosquito mesmo!



7 comentários:

  1. Esperei meses por uma noite nessa lenda dos oceanos que é o Malagô e, nem que houvessem Jacarés com asas, eu desistiria deste prazer impar. Deu pra vocês, mosquitos sem cérebro! E vamos no pano mesmo, Capitão Juca Andrade, rumo ao curso de Vela Oceânica que aguardo com grande ansiedade. E aos homens e mulheres dos mares; bons ventos.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Juca se os mosquitos espantassem seu sogro eu diria que ele não é gaúcho! bah tche!!
    Tenho absoluta certeza de que quando você viu a coisa toda pronta rolou aquela frase - "COMO NÃO PENSEI NISSO ANTES??!!""

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  4. "E vamos sem mosquito mesmo!" Hilário! Aí também existem os maruins? Abraço Juca!

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