No último final de semana teve curso de vela oceânica, a quarta turma de 2013.
Chegar em Ubatuba já foi uma aventura. Sai de Santos às 8h00 e assim que peguei a Rio - Santos belas rajadas de vento começaram a soprar, vindas da serra do mar. Mas ventos de verdade, com belos quarenta e poucos nós. O carro ia para o acostamento, sem controle; árvores caiam pelo caminho - postes também - e pontos de ônibus dobravam feito papelão. Após orçar bastante (com o carro) cheguei em Ubatuba às 13h50! Em situações normais eu chegaria por volta de 11h20, mas mesmo assim ainda daria para eu trabalhar: tinha que colocar velas no carro, trocar escotas, instalar moitões novos e toda aquela faina interminável.
Mas não teve jeito: a Ribeira ficou sem luz. Com isso, o comércio local fechou mais cedo. Já no barco não dava para fazer nada, pois o vento ainda estava na casa dos vinte/trinta nós. A boa notícia era que o windguru finalmente indicava a ventania, com apenas umas horinhas de atraso... Fiquei no barco, assisti um filme, cozinhei um miojo com sardinha e fui dormir. O que não tem remédio, remediado está.
No dia seguinte acordei cedo e comecei a arrumar o barco para receber os alunos. Por sorte estes começaram a chegar bem antes da hora: primeiro o Nelson, seguido pelo meu amigo Ricardo (o imediato preferido do Malagô), depois o Luiz e por fim o Helder e a Vanessa. Com mão de obra qualificada (alunos!) o serviço rende bem mais, rs!
Da esquerda para a direita: Juca, Ricardo, Luiz (que já trabalhou em um barco de pesca de caranguejo das neves, no Alaska - olha só a pinta do cara!), Vanessa, Nelson e Helder. |
Ricardo, mantendo a lei e a ordem a bombordo e Vanessa, quebrando a lei e a ordem a boreste: dormir no botinho ou andar na prancha?! |
Um pouco antes de chegarmos no través da Ilha das Palmas, na parte de mar aberto da Ilha Anchieta, as condições de vento pioraram muito. Ainda a uma distância bem segura ligamos o motor para ajudar um pouco, pois estávamos sendo levados para o costão rochoso. Abortei a passagem por fora da Ilha das Palmas e passamos por dentro, com cuidado para uma laje que há entre uma ilha e outra. Depois das Palmas a perna seria de popa, mas cadê o vento?! Acabou. Enrolamos a genoa e o motor ganhou mais alguns giros. Mais golfinhos...
Ensinamos os alunos como se ancorar um veleiro e sob um solzinho gostoso e a partir das 16h00 ficamos de bobeira na Ilha Anchieta, conversando, nadando, almoçando e rindo muito, não necessariamente nessa ordem.
No dia seguinte a previsão era de nada de vento. Apenas alguma coisinha lá pelas 15h00. Assim que todos acordaram e tomaram café da manhã levei a maioria para passear na Ilha Anchieta. No Malagô ficamos eu, o Ricardo e o Helder, para trocar a adriça da genoa (as escotas eu havia conseguido trocar no dia anterior, pela manhã) e instalar o moitão com redução 4x1 e mordedor que eu comprei na Náutica 30 Nós.
Deu quase certo. A adriça (que no enrolador Alado precisa ter apenas meio comprimento) ficou curta. Mais uns dois metrinhos e daria. Não, não deu. O cabo original voltou para cima até que dê para comprar uns dezoito metros de dyneema. Em compensação o moitão funcionou e eu e o Ricardo aprendemos um novo nó com o Helder, praticante de rapel. E quem disse que quem dá aulas não aprende nada?! Sempre aprendemos muito com nossos alunos e por isso é preciso saber ouvi-los, sem soberba.
Deu quase certo. A adriça (que no enrolador Alado precisa ter apenas meio comprimento) ficou curta. Mais uns dois metrinhos e daria. Não, não deu. O cabo original voltou para cima até que dê para comprar uns dezoito metros de dyneema. Em compensação o moitão funcionou e eu e o Ricardo aprendemos um novo nó com o Helder, praticante de rapel. E quem disse que quem dá aulas não aprende nada?! Sempre aprendemos muito com nossos alunos e por isso é preciso saber ouvi-los, sem soberba.
Invadindo a praia! |
Nos juntamos ao pessoal na Ilha e quando bateu a forme, tocamos o Malagô para a praia do Flamengo: porém o restaurante estava fechado. Era quase meio dia e então optamos por voltar para a poita e irmos comer no Porto do Cais, restaurantezinho honesto pertinho do píer e que serviu até tomate!
Devidamente abastecidos, voltamos para o barco e ver os outros veleiros retornando para suas poitas no motor era um sinal claro de que vento, mesmo, não seria o prato do dia. Até o Carabelli 30 que voa por aquelas águas retornou motorando para o Iate Clube de Ubatuba. O curso acabou em um delicioso papo de popa, sobre muitos assuntos ligados ao mar e aos veleiros. E, para finalizar, a Vanessa, esposa do Helder, fez pipocas.
Pipoca! |
E vamos no pano mesmo!
Fotos de Helder Andrade.
Eu já tinha dito que tinha golfinho por aquelas bandas!
ResponderEliminarPois é, Walnei! Tem mesmo! E muitos! Bons ventos!
EliminarOlá Juca,
ResponderEliminarAdorei o novo layout do blog da Escola de Vela Oceânica. Parabéns!!
Aproveitei o tempo do CCS para ler a apostila de comprovei o que já pensava: objetiva e muito instrutiva.
Abs
Paulo Ribeiro
Veleiro Bepaluhê
Ah, Paulo, ela ainda tem muito o que ser melhorada. Mas já já eu dou um jeito nela, kkk! Bons ventos e obrigado pela presença sempre frequente!
EliminarJuca: também gostei da nova configuração do Blog. Didático e como sempre bem escrito.
ResponderEliminarDe vez em quando é preciso dar uma cara nova para coisas velhas, kkkk! Vai que enjoa?! Precisamos é de uma bela viagem para narrar aqui, seu moço!
EliminarGrande Juca, gostei do novo site...
ResponderEliminarLegal Roger! E eu estou gostando do Tiki Rio! Já já é água nele!!!
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