domingo, 30 de janeiro de 2011
Velejador de aquário!
Boas!!!
Depois de quase um mês o Cusco voltou a ter as velas infladas... Depois de uma operação de guerrilha, conseguimos passar o dia na marina do Chinen, com a Dona Alice se comportando muito bem. O difícil, na verdade, não é estar lá mas chegar e voltar para casa. Se o carro não parar, está tudo ok! Mas não deixou de ser meio estranho: as meninas na marina e eu navegando na área em frente às poitas... Praticamente um velejador de aquário!!!
E não, a Alice não foi até o barco... mas já conheceu o mar (no final de semana de 22/01, mas isso é história para outro dia).
Eu passei a semana passada procurando uma nova marina, com píer e alguma área de lazer, para facilitar um pouco minha vida e tornar o acesso ao barco menos tenso (poita, Alice, bote... combinação perigosa!). Mas uma coisa estranha tem acontecido...
Com o acesso ao crédito mais fácil, a classe média descobriu o mar. Tem muita gente comprando lanchas pequenas (que custam o mesmo que um carro popular), aquecendo esse mercado que até bem pouco tempo atrás era gélido. Por um lado isso é muito bom, pois quem sabe assim, aos poucos, o brasileiro vira de frente para o mar e o descobre (e descobre que barco não é coisa apenas para ricos). Contudo, por outro, não existe uma infraestrutura adequada para oferecer os serviços que esses barcos, mesmo os perquenos, precisam. Um reflexo imediato disto é que faltam vagas na maioria das marinas e o preço das poucas vagas existentes aumenta vertiginosamente. Para nós, velejadores, isso tem um efeito ainda mais nefasto: como o lancheiro acha "chic" pagar caro (afinal, isso dá mais "glamour") e, ainda, tem a guardaria mais facilitada, as marinas têm dado preferência a esse público. Uma vaga para veleiro na baixada santista, hoje, é um achado! Por um preço justo, então, um verdadeiro milgare. E para barco pequeno, como o Cusco, um sonho...
Para que se tenha uma ideia, uma vaguinha para o Cusco (20 pés) no Píer 26 (Guarujá) me foi oferecida por R$ 1.390,00/mês (e eu só poderia ficar três meses). Na Supmar, R$ 650,00 (e não tem mais vagas no pier. No seco, acrescenta-se mais 10% e ainda tem que ter carreta) e na Porto do Sol, R$ 850,00 (Só na poita. No píer apenas quando passar o carnaval e os lancheiros subirem seus barcos). Para se ter uma ideia da disparidade, no Chinen eu pago R$ 345,00 na poita. Na Refúgio das Caravelas, em Paraty, pagava R$ 350,00 no píer! Ora, a R$ 800,00 por mês, em menos de dois anos gastou-se, apenas com guardaria, praticamente o valor da compra do barco! E, ainda, cabe sublinhar que a vaga é apenas a despesa inicial na manutenção.
Nessas horas eu tenho inveja do pessoal lá de São Luis/MA: é só encalhar o catamarã na praia, em frente a AABB, soltar ferro e ir para casa...
E para finalizar, dia 29 tivemos a regata de Aniversário de Santos. A baiazinha ficou coalhada de veleiros (mais de cem, entre oceanos e monotipos!) e a participação dos barcos de oceano sem certificado de medição (os Bico de Proa) foi intensa, ou seja: teve diversão para todo mundo e toido mundo foi vencedor.
E vamos que vamos!
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