De Vitória o Fratelli seguiu para Salvador, mais uma vez direto e sem escalas. A navegação seguiu o padrão, sendo feita a mais de vinte milhas da costa para evitar os espinheis e as redes de pesca. O espetáculo foram as baleias Jubarte, dando saltos para lá e cá. O Farol de Abrolhos foi avistado pela madrugada. Os ventos foram sempre de alheta e popa, na casa dos vinte nós, com alguns períodos de calmaria.
A tripulação chegou em Salvador pouco depois da meia noite do dia 25/06,para aquela que seria a maior escala da viagem. Uma ressaca no litoral de Sergipe e Alagoas prejudicava a continuidade da travessia e então eles aproveitaram para curtir um pouco a cidade.
Mas não foram apenas eles que aproveitaram. Houve uma rara calmaria aqui no escritório e um alavrá especial da Dona Almiranta... foi assim que no dia 27/07, às 23h00, eu pousei em Salvador para fazer a última perna com os meninos. Confesso que ser o apoio de terra é muito complicado: a vontade de estar lá é enorme!!!
Uma surpresa especial foi o Mauricio Rosa, do veleiro Alphorria, ter irdo até a Bahia Marina só para me dar um abraço. Como eu cheguei tarde e o barco dele está em outra marina, mais longe, ele acabou dormindo no Fratelli. Esse pessoal da vela é mesmo sensacional!
Partimos de Salvador às 10h05 da quinta-feira, 28/07.
Quando o Marcelo deixou o cais do CIR, no dia 17/07, eu imaginava que a primeira perna seria a mais difícil. A região é de vento de humor variável, que gosta de uma calmaria. Além disso há dois cabos a serem vencidos, o Cabo Frio e o de São Tomé, que nem sempre nos deixam passar.
A verdade, porém, é que a verdadeira dificuldade estava por vir. E seria justamente nessa última perna.
De dia a coisa ia bem. Ventos entre 10 e 15 nós, mar de través, e ninguém a vista. Mas a noite... o vento adorava subir para a casa dos trinta nós, o mar adorava ficar desencontrado e os navios cargueiros passavam rente ao barco todo o tempo. Para ajudar, com o mar desencontrado e a chuva forte que caia de quando em vez o barco batia muito, tornando impossível dormir.
Ainda assim, aos trancos e barrancos, chegamos em Recife à 01h00 do dia 31/07, sob ventos de quarenta nós e chuva que retirava a visibilidade em frente ao Marco Zero.
Essa foi a navegada mais técnica de que participei e o capitão e a tripulação foram extremamente competentes. Os números falam por si: os meninos fizeram de Santos à Recife em apenas 14 dias! Coisa de gente grande.
Agora é esperar a Refeno. Ainda temos vagas. Quer vir com a gente?! A largada é dia 24/09 e o barco já está prontinho lá no Cabanga!
E vamos no pano mesmo!!!
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