quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Bar à vela Cusco Baldoso

Boas!

Ano passado nós começamos a nos reunir, aqui em Santos, em uma bar, durante a semana, para falarmos sobre vela, sobre o mar, sobre a vida. Depois de alguns desses encontros, começamos a chamar esses dias de bate papo de "bar à vela" - e o nome pegou.

Ocorre que a maioria dos nosso alunos e amigos estão em São Paulo. Vir a Santos, em uma quarta à noite, para bater papo, não seria algo muito viável. Por que não fazer em São Paulo?

A ideia parecia maluca ou despropositada. Mas ganhou um novo ingrediente:  e se convidássemos alguém para dar uma palestra nesse dia, ou apenas um bate papo sobre algum tema náutico? Pronto: o Bar à Vela da Cusco Baldoso nascia no Itaim, em São Paulo e com fôlego grande.

A primeira edição foi em outubro, com o lançamento da nova edição do Guia Santos Rio: Um roteiro pelo Mar, do meu amigo Hélio Magalhães. Se nos encontros de Santos haviam no máximo dez pessoas, nesse dia sessenta estiveram presentes no Le B´ou Art e Bistrô (Av. Dr. Renato Paes de Barros, n. 415). Eu conheci o Le B´ou na palestra que o Spinelli deu sobre a nossa viagem para a África do Sul, em 2018 - o Desafio África do Sul 2018 Cusco Baldoso - Soneca (organizada pela ABVC). O lugar nos vestia como uma boa luva: era um bar e tinha estrutura de áudio-visual perfeita para isso.

O Helio nos encantou com suas histórias sobre o mar. E são muitas, afinal de contas ele está no oceano há quarenta anos - e nunca enjoou dessa vida!

Hélio Magalhães

Logo depois fomos para Fernando de Noronha, a bordo do Pangeia (nossa escola de velejadores lotou o barco!) do meu amigo Beto Fabiano. No dia da largada meu celular caiu no mar, ainda em Recife e eu fiquei doze dias fora do mundo digital. Assim como a regata, que foi sensacional, esse tempo em silêncio me fez muito bem para a alma. Mas... havia uma conversa pendente, que foi interrompida pela queda do aparelho na água do mar, na piscina de barcos do Cabanga: uma troca de mensagens entre eu e um cara que admiro muito, o Beto Pandiani (outro Beto). 

Dessa vez cheguei de dia em Noronha!

O Felipe, da Velejar Brasil, nos pôs em contato para tratarmos da possibilidade de um Bar à Vela com o Betão. Eu confesso que não punha lá muita fé, pois o cara dá palestras para grandes empresas, cobra uma grana (justa) por isso. Ele lá ia querer vir, num bar, falar para nossos alunos?

Pois é... mandei uma mensagem de texto para o Beto. Alguns minutos depois ele me telefonou. Em cerca de dez minutos estava tudo acertado e sim, ele viria falar para nós!

O Bar à Vela com o Beto Pandiani aconteceu ontem á noite, no Le B'ou. Uma plateia de oitenta e cinco pessoas (uau!) ouviu atenta todos os ensinamentos de alguém que foi lá ver como é o mundo.

Beto Pandiani
De minha parte alguns pontos chamaram muito a atenção. Um deles foi uma observação que o Betão fez sobre a capacidade que ele e as tripulações que ele teve ao longo de suas viagens tiverem de se ajustar rápido às situações e parar de errar. Não se pode, mesmo, fazer a mesma coisa várias vezes, do mesmo modo, e esperar resultados diferentes. Lembrei, como não poderia deixar de ser, de nossa viagem para a África e pensei como esse tipo de raciocínio fez falta... ele é, porém, essencial. Às vezes é preciso rasgar o manual e reescrever as regras.Outra coisa que me chamou muita atenção é que o Beto quase nunca usa o verbo na primeira pessoa, tendo sempre um cuidado muito grande (e um carinho na mesma medida) em deixar claro que cada tripulante seu, bem como os membros de sua equipe de apoio, foi importante em cada objetivo alcançado. Em um barco o "eu" deve sempre dar lugar ao "nós".

Finalmente, e isso me deixou surpreso, meus olhos brilharam de novo com a ideia de uma nova viagem. Não para Cape Town de novo (a vida é muita curta para dirigir motos 125, Fiats 1.0 e repetir viagens). mas para algum lugar desafiador e em um barco menor ainda do que 33 pés. Talvez de Cape Town parta outro lugar... Deu uma vontade danada de ligar para o Alan!

O combinado era uma palestra de uma hora, mas o Beto falou por três - sem cansar ninguém. E numa quarta a noite, com jogo do Corinthians, quase uma centena de pessoas estava reunida em bar em São Paulo, falando sobre vela. Não posso deixar de ver isso como uma pequena grande revolução.

Faremos outro Bar à Vela em São Paulo, após as festas de final de ano. Espero ver você lá.

E vamos no pano mesmo!



quinta-feira, 25 de abril de 2019

A praia mais linda...

Boas!


Semana passada eu,  a Vivian e mais dois casais de amigos (o Severiano e a Kathya e o Mauro Pascotto e sua inigualável Myrna) alugamos uma scooter no centro da Ilha de Vis, na Croácia.  Três horas para passear pela Ilha, o tempo mínimo. O moça pediu minha CNH, mas não percebeu que a mesma estava vencida. E se consultasse o sistema do Denatran saberia, também, que ela está suspensa. Como há quase dois anos eu não dirijo mais,  a CNH em dia não tem muita relevância. Uso apenas Uber, bicicleta, patinete e tênis (não necessariamente nessa ordem). Não tenho e acho que nunca mais terei um automóvel.



De toda forma, fazia tempo que eu não pilotava uma motocicleta e, por isso, não me senti seguro para acompanhar nossos amigos pelas estradas da Ilha logo de cara. Sem aviso, fiz o retorno e fomos nós desbravar o centro histórico daquela pequena jóia do Adriático.

O Missisipi, o Benneteau Oceannis 50 que nos fazia as vezes de casa e de máquina de viajar  repousava tranquilo na pequena baia, ao lado do Ferry e de uma igrejinha de trezentos e poucos anos.



Nos aventuramos por vielas centenárias, onde casas construídas em pedra calcárea desafiavam o tempo, persistindo aos séculos e nos avisando, em uníssono, que não duraremos o mesmo tempo que elas.



Um pouco mais confiantes nas curvas, visitamos o Forte George e vimos o mundo do alto. Depois disso e já acostumados com as duas rodas, pegamos a estrada para Komiza, do outro lado da Ilha, sem nenhum anúncio formal. A volta em Vis, pelas estradas, dura apenas uma hora, nos avisou a moça da locadora. Mas parando leva pelo menos três. "E vocês vão querer parar", ela disse, com bastante razão, mas sem acertar o desfecho completamente.



Saímos um pouco tarde e, quando chegamos em Komiza, já estava escurecendo. Os casacos e as luvas estavam no veleiro, porém. O resultado foi que eu pilotei a pequena scooter da Yamaha com os dedos congelando e torcendo para o tour acabar logo.



No dia seguinte, permanecemos em Vis, embora o restante dos outros veleiros tenham ido para Hvar. A nossa tripulação faria um passeio de barco, pela Ilha, para conhecer a Gruta Azul, um das atrações mais fantásticas de toda a Croácia.

O interesse da Vivian, porém, era outro. Stiniva... o passeio de barco vai até lá, mas pelo mar. Ela queria ver a praia, uma das mais belas do mundo, chegando pelo alto. O que fazer?


Alugamos novamente a scooter e, em um hora´rio melhor (meio dia) e mais agasalhados, fomos até lá, curtindo as estradas de uma forma muito melhor. Sem hipotermia, foi possível vislumbrar as oliveiras, as ovelhas e os abismos verdes que se debruçavam sob o azul intenso do mar adriático. Entramos em cada cantinho que foi possível, mas sem perder de vista nosso objetivo final.



Ao chegarmos em Stiniva, uma placa anunciava que a descida seria por nosso próprio risco.  Ao lado da placa encontramos uma moça, que levava seus cães para passear e que tinha uma casa na praia ao lado. "Desçam devagar, muito devagar. É muito perigoso. Mas a vista da baía... ahhhhhh".



E lá fomos nós. O caminho não era mesmo nem de longe tranquilo. A trilha não era de terra, como na Ilha Grande (Angra dos Reis/RJ), mas feita de milhões de fragmentos de pedras claras, todas soltas e incrivelmente escorregadias. Foram longos vinte minutos de descida, evitando cair no precipício, até vislumbramos a baía e exclamarmos o nosso próprio "ahhhhhhh". 

Nenhum "ahhhhhhh" na vida vale tanto quanto aquele que nós mesmos falamos. 

A criação daquela joia foi relativamente simples. Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura, aprendemos desde cedo. O embate diário e milenar do rochedo contra o mar criou uma gruta; um dia, de tanto apanhar das ondas, o teto dessa gruta colapsou. Pronto: nascia Stiniva. A praia mais linda que eu já vi na vida. E olha que eu já vi praia linda por ai.

Sim, Stiniva é mais bonita que o Sancho, que o Sueste e que o Cachadaço da Ilha Grande. Mais bonita que Lopes Mendes. Mais bonita do que todas as praias que eu já tinha visto juntas.

Pelo menos foi com essa certeza que eu cheguei de volta ao Brasil, após uma semana exposto à beleza quase que obscena do Croácia, velejando a todo pano com ventos sempre acima de quinze nós e mar baixo, de Solta até as Kornati; das Kornati até Vis, de Vis até Hvar, de Hvar para Solta, ao lado da minha mulher e de amigos queridos.





Eis que hoje o Sr. Facebook me relembra de uma foto de 2013. Uma tarde de dezembro, em Paraty, com uma garotinha de pernas tortas levando um baldinho para a beira do mar, para fazer um castelinho. Então, assim meio de repente, todas aquelas certezas sobre a beleza de Stiniva se dissiparam. Fiquei com sérias dúvidas e me fechei em copas por alguns instantes.


Qual a real beleza de Stiniva? Qual a real beleza de Tarituba, ou de qualquer outra praia? Ou palácio, montanha, casebre? O que nos faz ver beleza, de fato, no mundo que nos rodeia? Será o azul? O sol? O frio? O calor? O preço das coisas?

Nada disso. A beleza está dentro de nós. Stiniva foi a  praia mais linda do mundo, aos meus olhos, porque eu cheguei lá ao lado de alguém que me completa, que está comigo na calmaria e na tempestade. E nós chegamos em Stiniva juntos. Por conta desse "juntos", uma praia linda se tornou a mais linda do mundo. Para outra pessoa, contudo, pode não ser assim. Pode-se ver até mesmo feiura naquela pequena enseada. Eu mesmo consigo pensar em uma ou duas pessoas que reclamariam daquele caminho tortuoso e fariam daquele momento um inferno. Enxergar beleza nas coisas, nos caminhos e até nas pessoas depende essencialmente de como as coisas estão por dentro do nosso olhar.

Eu estava pleno e feliz. Por isso aquele azul esverdeado me tocou tão fundo à alma. Ainda mais porque eu sabia o quanto havia me custado chegar até ali...

Em outra ponta, e por essa mesma razão, a Alice andando de costas nas areias de Tarituba é uma imagem tão bela quanto Stiniva. Ou até mais, a depender do significado que para mim a foto das perninhas tortas tem.

A vida não é um concurso de fotografias. Melhor que isso, é um mural, repleto de momentos como aqueles. Tarituba cabe no mural da minha vida tão bem quanto Stiniva. Uma não exclui a outra. Ao contrário, se completam. Mais importante, ainda há espaço para muitas outras praias nesse mural. A praia mais linda do mundo é aquela que ainda iremos descobrir.

terça-feira, 19 de março de 2019

Agenda de Atividades Abril de 2019



06/04/2019 - 3ª Etapa da Copa Cusco Baldoso de V
eleiros Fast 230

06 e 07/04/2017  - Curso Básico de Vela Oceânica - CBVO #101 e 102 - APENAS DUAS VAGAS !

13 e 14/04/2019 -  Curso Básico de Vela Oceânica - CBVO #101 e 102 - APENAS DUAS VAGAS !

20 e 21/04/019  -  Curso Básico de Vela Oceânica - CBVO #101 e 102 - VAGAS ENCERRADAS!

27/04/2019 -   Curso Básico de Vela Oceânica - CBVO #101 e 102 - QUATRO VAGAS!



E vamos no pano mesmo!


segunda-feira, 11 de março de 2019

2ª Etapa Copa Cusco Baldoso de Veleiros Fast 230

Boas!

No último dia 09 de março realizamos a 2ª Etapa da Copa Cusco Baldoso de Veleiros Fast 230, aproveitando a Regata Volta a Ilha das Cabras, organizada pelo Iate Clube de Santos.

Tivemos dezesseis tripulantes, distribuídos em quatro veleiros Fast 230: Grandpa, Mixuruca-Nit, +Bakanna e Pitanga. A largada aconteceu às 12h09, no través da Ilha das Palmas, ainda dentro da baia de Santos. 

Apesar do dia bonito de sol, o vento não ajudou muito. Houve muitos "buracos" de vento e a maior parte dos barcos desistiu da prova antes mesmo de chegar na Ilha da Moela, uma das marcas da regata de percurso. Ainda assim, nossas tripulações lutaram até o limite do tempo para completar a prova.

O veleiro Mixuruca-Nit foi um duplo destaque. Primeiro por ter completado a prova, classificando-se em quinto lugar entre todos os veleiros da classe RGS. Segundo por ter passado por uma situação inusitada. No meio da prova, com balão em cima, a tripulação ouviu gritos de "socorro". Como isso não era muito esperado ali, tão distante da praia, olharam com mais atenção e viram um pessoa, com colete, boiando no meio do mar e pedindo socorro freneticamente.

O Mixuruca-Nit, então, mudou seu rumo e fez o resgate do náufrago. A bordo, João Wellington contou que estava na garupa de uma moto aquática. O condutor do jet, porém, estava fazendo manobras muito radicais que o deixaram assustado. A "solução", então, foi deixar a garupa na água, "esperando" enquanto as manobras eram feitas. O problema é que o condutor do jet não conseguiu mais achar o amigo, que ficou a deriva. Para piorar, diversas lanchas passaram por ele em alta velocidade e, mais grave, sem fazer ideia de que ele estava por ali. Foi feita a comunicação para a Comissão de Regatas e o Corpo de Bombeiros concluiu a operação. O Mixuruca-Nit, ressalte-se, fez tudo isso sem abandonar a prova - apenas abaixaram o balão durante o resgate o içaram novamente quando a missão estava concluída. A embarcação cruzou a linha de chegada às 17h06.

A 3ª Etapa da Copa Cusco Baldoso de Veleiros Fast 230 será no dia 06/04, sábado, na baia de Santos.

E vamos no pano mesmo!


COPA CUSCO BALDOSO DE VELEIROS FAST 230 - RANKING 2019
VELEIROS
1º -  Mixuruca-Nit - 02 pontos
2º -  Pitanga - 07 pontos
3º -  +Bakanna - 08 pontos
4º -  Grandpa - 09 pontos


TRIPULANTES

1º LUGAR
Luis Claudio Bolognesi

2º LUGAR
Eduardo Motta

3º LUGAR
Luciano Gondim






















terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

1ª Etapa Copa Cusco Baldoso de Veleiros Fast 230

Boas!

Graças a nossa opção de adotar o Fast 230 como barco padrão para nossas atividades de ensino da vela oceânica, a região da Baixada Santista conta, atualmente, com vários veleiros desse modelo. Em meus últimos cálculos sei que já temos dez desses veleiros por aqui.

Por essa razão, aproveitando a experiência dos match races feitos ano passado (disputas entre dois veleiros do mesmo tipo), decidimos organizar em 2019 a COPA CUSCO BALDOSO DE VELEIROS FAST 230.



Serão dez etapas, de março a dezembro, com ranking dividido entre veleiros e tripulantes (de forma individual). As regatas acontecem sempre no primeiro sábado de cada mês, a exceção de março por conta do carnaval. Em Julho não haverá etapa.

Nessa primeira etapa, realizada em 02 de fevereiro, tivemos quatro veleiros na raia: Mixurica-Nit; Pitanga, +Bakanna e Grandpa, com dezesseis tripulantes.



O vento ajudou muito (dez nós, de sul e mar com 0,5m de ondulação, também de sul) e conseguimos fazer três regatas. De modo geral todas foram muito emocionantes, com alterações de posições constantes e uma chegada "cabeça a cabeça" de tirar o fôlego: na segunda regata o veleiro Pitanga ultrapassou o +Bakanna a poucos metros da linha e chegou na frente com uma vantagem ínfima!



A próxima etapa da Copa será será no sábado, 09 de março. Participe!

Mais informações pelo nosso Whatsapp: 13 99 771 2040

E vamos no pano mesmo!


COPA CUSCO BALDOSO DE VELEIROS FAST 230 - RANKING 2019


VELEIROS

1º -  Mixuruca-Nit - 01 ponto
2º -  Pitanga - 02 pontos
3º -  +Bakanna - 03 pontos
4º -  Grandpa - 04 pontos



TRIPULANTES

1º LUGAR

Luis Claudio Bolognesi 
Lucas Sabedot Bolognesi
Fabricio Carvalho
Raphael Netto de Carvalho


2º LUGAR
Renato Domingues
Ricardo Zamboni
Aris  Adalberto de Souza
Rodrigo Marques



3º LUGAR

Mario Oliveira
Wagner Cipolla
Guilherme Serrão Cipolla
Christian Barbosa

4º LUGAR

Eduardo Motta
Rodrigo Facontti
Ronaldo Rodrigues
Geane Vieira Rodrigues




quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Agenda de Atividades Março 2019

Março 2019
Agenda


01 e 02/03/2019 - Curso Básico de vela Oceânica.

02/03/2019 - Dia de Vela # 005.

09/03/2019 - 2ª Etapa Copa Cusco Baldoso de vela Oceânica

10/03/2019 - Dia de Vela # 006.

16 e 17/03/2019 - Curso Intermediário de vela Oceânica.

23 e 24/03/2019 - Curso Básico de vela Oceânica.

23/03/2019 - Dia de Vela # 007.

E vamos no pano mesmo!