quinta-feira, 16 de março de 2017

Uma aula diferente...

Boas!

Ontem coloquei em duas sacolas um colete automático, cinto de segurança, várias bussolas, alidade, cartas náuticas, compasso de navegação, réguas de paralelas, EPIRB, Spot, radio VHF e fui... para a escola!

Pois é. A pedido da Priscila voltei ao colégio onde estudei, em Santos, para falar para os alunos dela sobre navegação à vela. Falei para três turmas, entre oito e nove anos de idade, ao longo de toda a tarde.

- Por que você está todo molhado? - me perguntaram logo de cara.
- Porque peguei uma onda antes de vir para cá! - respondi.

A aluninha, porém, não se fez de rogada:

- Você está é suado!

Lição número um: seja lúdico com as crianças, mas não as trate feito bobas.Não são.

- E se o casco furar?
- E à noite?
- O que vocês comem? 
- Ondem dormem?
- Para onde vai o "número dois"?
- De que são feitas as velas?
- Como navegar contra o vento?
- O Kraken existe sim, eu vi! É a Lula Colossal!
- E o redemoinho no meio do mar, como sair dele?!

Glup!

Não foi tão fácil quanto eu esperava. Mas foi muito divertido, principalmente quando toda a sala de aula respondeu em coro para o operador de rádio VHF da estação DELTA 21 (Iate Clube de Santos): "QAP 68!!!!" E também quando, sem querer, eu inflei o PDF automático! E foi sem querer mesmo!



Obrigado crianças. Lembrem-se sempre: vocês são do tamanho de seus sonhos. Por isso, sonhem alto! 

E vamos no pano mesmo!





segunda-feira, 13 de março de 2017

Velejada até a Laje de Santos

Boas!

No último dia 11/03, sábado, estava agendada a aula de conclusão do curso básico de vela oceânica dos alunos Giuliano, Erika e Douglas, na base Santos. Essa turma, a melhor de março de 2017 (em Santos!), foi um tanto atípica. Em geral a primeira aula nós fazemos  mais próximos de terra, a segunda um pouco mais para o mar e a terceira lá fora, "nos navios".

Por questões de vento, ou falta dele, já fizemos com esse pessoal a primeira aula lá nos navios. A terceira aula, assim, precisaria ser um pouco mais desafiadora. 

Aproveitando o fato de todos já terem tido contato com a vela antes decidi aproveitar a disponibilidade - e vontade - do Eduardo Colombo, do veleiro Erva Doce (Bavaria 33) e fomos até alaje de Santos: um afloramento magnífico distante cerca de vinte milhas de Santos, em mar aberto, e um dos melhores pontos de mergulho do mundo.

Zarpamos às 10h00. Vento zero. Mestra em cima e motor.Ao chegarmos na Ponta Grossa colocamos a proa no rumo 180º magnético. Essa navegação para mar aberto é um pouco mais complicada, pois não há referência visual alguma e é uma boa oportunidade para que os alunos timoneiem com uso da agulha magnética. Os cinco primeiros minutos tendem a ser de caos, mas logo a proa vai ficando menos "móvel".





Por volta de 11h00 o vento entrou, de SW, mas fraco. Ainda assim conseguimos tocar rumo à Laje, com mestra e genoa em orça apertada.  Cerca de meia hora depois, um pouco mais a boreste, avistamos a "baleia", como é conhecida a Laje de Santos.  Corrigimos o rumo em alguns graus, mas a visão da grande pedra servia como boa referência.





Às 12h30 o almoço foi servido, em ponto: escondidinho de carne, feito pela Dona Lúcia, aquecido no forno. Um primor!



Chegamos na Laje às 14h00, alternando entre vela, motor e motor e velas. A média de velocidade foi de seis nós. Nada mau. As operadoras de mergulho tinham acabado de sair, de forma que ficamos por lá apenas nós e as aves marinhas. Foi um momento muito especial.








Ao colocarmos a proa para o norte magnético e retornarmos, a surpresa: ninguém mais via terra! O negócio era confiar na navegação e ir, no pano mesmo (ou quase isso, pois o vento realmente não ajudou). Chegamos na marina às 18h00, exatamente como planejado.





Obrigado ao Eduardo, pela carona e aos nossos alunos Giuliano, Erika e Douglas, pelas horas espetaculares que passamos juntos no mar.

E vamos no pano mesmo!